A ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) divulgou nesta terça-feira (16) seu relatório anual sobre a violência contra a imprensa em todo o mundo. Segundo a entidade, 66 jornalistas foram mortos, 119 foram sequestrados e 178 foram encarcerados em 2014.
O balanço aponta que a maior parte das mortes ocorreu na Síria, que sofre com a constante violência de diversos grupos armados.
Ao todo, 15 profissionais da comunicação morreram no país. A Palestina (7 mortes), a Ucrânia (6), o Iraque (4) e a Líbia (4) fecham o ranking dos países mais violentos.
Apesar dos números, em comparação com 2013, houve queda de 7% na quantidade de mortes.
Já no quesito sequestro, é a Ucrânia quem lidera a lista por culpa dos confrontos entre o Exército de Kiev e os movimentos separatistas pró-Rússia.
No total, dos 119 jornalistas sequestrados, 33 foram raptados no país. Já a Líbia registrou o desaparecimento de 29 repórteres, a Síria outros 27 e no Iraque mais 20 profissionais sumiram. O único país da América a aparecer no ranking foi o México, que registrou o sequestro de três repórteres em 2014.
O que impressiona neste ranking é o aumento na quantidade de raptos em relação ao ano anterior: o dado apresentou um aumento de 37%.
O encarceramento dos profissionais de comunicação também é recorrente. Na China, 29 repórteres e cinegrafistas estão em presídios. Eritreia (28), Irã (19), Egito (16), Síria (13) fecham o ranking. Outros 73 profissionais foram presos nos outros países do mundo.
A RSF aponta que 853 jornalistas foram presos, mas não estão cumprindo a pena de detenção. Porém, podem ser encarcerados caso sejam considerados culpados pelos governos nacionais. Neste ranking, a Ucrânia lidera novamente com 47 detidos, Egito tem 46, Irã tem 45, Nepal outros 45 e a Venezuela deteve 34 pessoas.
Segundo a entidade, “os assassinatos ficam cada vez mais e mais bárbaros e o número de sequestros está crescendo rapidamente”.
Entre os destaques negativos de 2014, o RSF apontou as execuções do cinegrafista iraquiano Raad Azaou, 46 anos, e do repórter norte-americano James Foley, 40 anos, por membros do Estado Islâmico (EI, ex-Isis). Além disso, a entidade divulgou que as cinco piores e mais arriscadas áreas para o trabalho da imprensa são os territórios controlados pelo EI no Iraque e na Síria, a parte oriental da Líbia, Baluchistão no Paquistão, Donetsk e Lugansk na Ucrânia e o departamento (estado) de Antioquia, na Colômbia.
Publicado desde 1995, o relatório anual sobre a violência contra a categoria utiliza métodos de monitoramento próprios.
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