Rio: ato chama atenção para reuso da água na agricultura

Na véspera do Dia Mundial da Água, que será comemorado amanhã (22), um ato público realizado na manhã de hoje (21), na Feira Orgânica e Cultural do bairro da Glória, zona sul do Rio, chamou atenção sobre os benefícios da reutilização da água.

Promovido por ambientalistas e pelo deputado estadual e ex-ministro do Ambiente Carlos Minc (PT), a manifestação foi realizada na feira para ressaltar a importância de uma parceria ecológica com a agricultura familiar e orgânica.

Com um kit ecológico, formado por uma mangueira com furinhos acoplada a um galão de água, os ambientalistas irrigaram canteiros de hortaliças pelo sistema de gotejamento de água, demonstrando, na prática, a simplicidade do método para economizar água na agricultura.

Segundo Minc, 70% da água no Brasil destinam-se aos setores de agricultura e pecuária. Do restante, 20% são para indústria e 10% para consumo humano. “Se usássemos sistemas de reuso de água de chuva e de gotejamento em irrigação, por exemplo, poderíamos economizar 80% da água hoje utilizada na agricultura.” 

“Quando usa muito mais água do que é necessário, você ‘lava o fundo de fertilidade’ da terra, tirando dela muitos elementos importantes para a própria agricultura”, ressaltou.

Para o ex-ministro, neste momento de carência de água, particularmente no Sudeste brasileiro, o emprego de tecnologia simples e barata de gotejamento pode contribuir para o país conservar melhor “esse bem maior da vida”.

Ele lembrou que não se pode igualar, em matéria de consumo de água, o agronegócio com a agricultura familiar e orgânica, “responsável por apenas 10% do montante de água utilizado anualmente pela agropecuária no Brasil”.

Minc, que também já foi secretário do Ambiente do Rio, durante o governo de Sergio Cabral, elogiou o acordo de gestão compartilhada da Bacia do Rio Paraíba do Sul, firmado pelos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais com a Agência Nacional de Águas (ANA).

“Foi o acordo possível. Na verdade, os três estados têm culpa no cartório. Todos desmatam as margens dos rios, jogam neles esgotos sem tratamento, desperdiçam água, mas não se pode transformar a questão ambiental em guerra de torcidas, estado contra estado. Você tem de aproveitar um momento como esse e fazer projetos comuns de tratamento de esgoto, reflorestamento das margens, além de evitar jogar lixo químico nos rios”, acrescentou.


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