Rio: pesquisadores têm novo plano de urbanização para Vila Autódromo

Comunidade de famílias que reside no local existe há mais de 30 anos. Foto: Fernando Frazão/ Fotos Públicas (03/06/20150
Comunidade de famílias que reside no local existe há mais de 30 anos. Foto: Fernando Frazão/ Fotos Públicas (03/06/20150

Pesquisadores de duas universidades federais do Rio de Janeiro prepararam um novo plano de urbanização para a Vila Autódromo, comunidade localizada ao lado do Parque Olímpico da Barra, na zona oeste da cidade. A proposta, aprovada pelos moradores do local. Proposta é apresentanda neste sábado (27).

A comunidade já existe há mais de 30 anos. Ao longo da década de 90, várias famílias foram conseguindo autorizações formais para se manter no local, por meio de documentos como títulos de posse e concessão de uso real.

No entanto, desde 2009, quando o Rio de Janeiro foi anunciado como a sede dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016, a prefeitura anunciou que removeria os moradores da Vila Autódromo e de outras comunidades da zona oeste. Em 2014, começaram as demolições, depois de parte das famílias que viviam no local aceitarem a mudança para um conjunto habitacional construído próximo dali.

Desde então, demolições têm sido rotineiras e a população local tem diminuído com o passar do tempo. Segundo a Secretaria Municipal de Habitação, apenas as famílias que estavam no traçado de obras olímpicas ou em áreas de proteção ambiental tiveram que sair da comunidade. Para esses moradores, foi oferecida a mudança para o conjunto habitacional, chamado de Parque Carioca e localizado a cerca de um quilômetro da Vila Autódromo.

A prefeitura informou que, das 461 famílias que tiveram que ser reassentadas, 458 já tiveram sua situação resolvida. Mesmo moradores que não estavam nem no traçado de obras nem em área ambiental tiveram a opção de sair da comunidade. Cento e quarenta e cinco dessas famílias escolheram essa alternativa.

De acordo com a pesquisadora Regina Bienenstein, da Universidade Federal Fluminense (UFF), uma das responsáveis pelo plano de urbanização da comunidade, restam apenas cerca de 50 famílias na comunidade.

O primeiro plano de urbanização da comunidade foi lançado em 2011, mesmo antes das demolições. Mas, desde então, tem sofrido atualizações, principalmente para se adequar à redução do número de casas remanescente no local.

Segundo Regina, o plano prevê a reforma de casas remanescentes, das ruas e da rede de saneamento, além da construção de novos imóveis, de uma creche comunitária, de um espaço para cursos, de um espaço cultural, de um horto. Também estão previstas a recuperação vegetal às margens da lagoa e a reconstrução da associação de moradores (demolida nesta semana).

“Não é só um plano urbanístico. É um plano de desenvolvimento social. Por isso, estão previstos esses equipamentos [além das casas e ruas], de modo que os moradores possam continuar desenvolvendo suas atividades sociais, de lazer, de cultura”, disse Bienenstein.

O Plano de Desenvolvimento Urbano, Econômico, Social e Cultural foi desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Ippur/UFRJ) e pelo Núcleo de Estudos e Projetos Habitacionais e Urbanos da Universidade Federal Fluminense (Nephu/UFF), em parceria com os moradores . Procurada pela Agência Brasil, a prefeitura do Rio de Janeiro não se pronunciou sobre a proposta de urbanização da Vila Autódromo.

Leia mais:  Uma demolição dentro do Parque Olímpico


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