Funcionários das 25 unidades do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase) do estado do Rio de Janeiro paralisaram suas atividades nesta segunda-feira (15) por tempo indeterminado. Todas as atividades foram suspensas , com exceção dos serviços essenciais como alimentação, emergência médica e higiene.
O Degase é o órgão responsável pela execução das medidas socioeducativas estabelecidas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), aplicadas pelo Poder Judiciário aos jovens em conflito com a lei. Atualmente, cerca de 18 mil adolescentes, de 12 A 17 anos, cumprem medidas socioeducativas.
Em contato com a reportagem de Brasileiros, a assessoria de comunicação do Degase confirmou que houve uma assembleia na última quarta-feira (10) que decidiu pelo início da paralisação nesta segunda. Uma nova reunião está marcada para esta terça-feira (16), às 17h, para discutir a proposta feita pelo governo, além de decidir se a paralisação continua.
O presidente do Sindicato dos Servidores do Degase (Sind-Degase), João Luiz Pereira Rodrigues, disse que, com a paralisação das atividades, um clima de tensão é criado dentro das unidades. “Isso aqui é um barril de pólvora. Quanto mais tempo em greve, pior”, refletiu.
Segundo ele, os 2,4 mil servidores do Degase aderiram à greve. Rodrigues enumerou três reivindicações da categoria nesta mobilização: o retorno do pagamento do Plano de Cargos e Salários (PCS), suspenso há mais de dois anos; a progressão na carreira; a equiparação dos salários dos servidores do Degase ao dos servidores da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap); e a criação de uma secretaria de atendimento socioeducativo. Os servidores também estão insatisfeitos com a insegurança das unidades, a superlotação constante a escala diferenciada entre os servidores internados e os da semiliberdade.
Como exemplo de superlotação, o Centro de Socioeducação Irmã Assunción de La Gándara Ustara, em Volta Redonda – unidade do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Novo Degase) que abriga adolescentes do sexo masculino, internados ou sob internação provisória – atende a todas as comarcas da região sul fluminense. Hoje, a unidade está com 115 adolescentes, tendo capacidade para 90. A unidade não tem telefone nem internet desde que foi inaugurada, em 2012.
Deixe um comentário