Pelo menos 33 presos da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc), na zona Rural de Boa Vista (RR), foram mortos hoje (6). Segundo a Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania, o tumulto na unidade começou durante a madrugada.
Policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar entraram no presídio no começo da manhã e a situação já está sob controle. As autoridades estaduais ainda não divulgaram detalhes sobre o que aconteceu.
De acordo com a imprensa local, que divulgou imagens como sendo de hoje, presos podem ter sido decapitados. O Pamc é o maior presídio de Roraima.
De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, as mortes são uma reação do PCC (Primeiro Comando da Capital) ao ocorrido em Manaus no início da semana. Na capital do Amazonas, os mortos eram ligados à facção de origem paulista.
No ano passado, na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, e na Penitenciária Ênio dos Santos Pinheiro, rivalidades entre o PCC e o Comando Vermelho causaram a morte de 18 detentos. Na ocasião, a governadora de Roraima, Suely Campos (PP), pediu a transferência de líderes das facções rivais, PCC e Comando Vermelho, para presídios federais. “Já identificamos que existe a facção do Comando Vermelho e do PCC. Eles estão sempre brigando porque estão no mesmo ambiente. Isso está causando esse tumulto todo”, disse Campos ao jornal Valor. O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, no entanto, disse então que não era possível afirmar que a guerra entre as facções provocou rebeliões e assassinatos em presídios: “Às vezes há mera bravata entre as pessoas que fazem a rebelião. Fora isso não há nada que indique essa coordenação em vários Estados”. Ainda segundo o jornal, o presídio tinha 700 vagas mas abrigava 1.400 presos.
De acordo com a Folha, no novo massacre, os mortos são, em sua maioria, ligados à FDN (Família do Norte), um braço do Comando Vermelho que disputa a hegemonia nos presídios do Norte do país.
As mortes em Roraima ocorrem na mesma semana em que 60 presos foram assassinados em estabelecimentos prisionais do Amazonas, em uma disputa entre a FDN e o PCC, e um dia após o governo federal lançar o Plano Nacional de Segurança Pública para tentar reduzir o número de homicídios dolosos e feminicídios; promover o combate integrado à criminalidade transnacional e a racionalização e a modernização do sistema penitenciário.
*Com Agência Brasil
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