A mineradora Samarco mentiu sobre a quantidade de rejeitos depositados no reservatório de Fundão, rompido em novembro do ano passado em Mariana, região central de Minas Gerais, causado um dos maiores desastres ambientais do Brasil. A informação é do próprio engenheiro que projetou o reservatório, Joaquim Pimenta de Ávila.
“A Samarco informava que a proporção de lama para rejeito era de 30% de lama para 70% de arenoso, mas, na prática, sempre foi 40% de lama para 60% de arenoso”, informa trecho do documento obtido pelo jornal Folha de S.Paulo.
Esse controle deveria ser mais rígido, diz o engenheiro, “pois senão começam a aparecer situações de risco”. Ávila já havia alertado a Samarco em 2014 sobre o aparecimento de uma trinca na barragem, iniciando um princípio de ruptura.
Na ocasião já como consultor da mineradora, ele recomentou a instalação de nove piezômetros, que medem a pressão da água no solo.
Outro lado
Em resposta, a Samarco disse que podem ter ocorrido “variações próximas de 35% de lama para 65% de arenoso”, mas “respeitadas as premissas do manual de operação, a distorção não traz impacto para a segurança da barragem”.
O presidente da Samarco, Ricardo Vescovi, se afastou do cargo com o diretor de operações, Kleber Terra.
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