Com o propósito de incentivar o consumidor a optar pelo micro, pequeno e médio negócio, o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) lançou nesta quarta-feira (5) o Movimento Compre do Pequeno Negócio, ideia desenvolvida com a parceria da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) e da Associação Brasileira de Franchising (ABF). Em entrevista coletiva, os presidentes das respectivas instituições, Luiz Barretto (Sebrae), Paulo Solmutti Jr. (Abrasel) e Maria Cristina Franco (ABF) contaram como se dará esse apoio e incentivo, ressaltando a importância do setor para o desenvolvimento da economia como um todo.
O movimento tem como base cinco pilares que traçam a importância do crescimento do pequeno negociante: a proximidade dos micro, pequenos e médios negócios das pessoas; a geração de empregos que o setor promove; o desenvolvimento local dos bairros, possibilitando novas oportunidades; o desenvolvimento social da comunidade; e a transformação cultural que o consumo no pequeno negócio promove.
Em termos numéricos o setor é realmente uma potência. São dez milhões de empresas registradas como microempreendedores individuais, micro e pequenas empresas. A influência do pequeno negócio no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro está se tornando cada vez mais significante, e atualmente o setor representa 27% da soma. Outra questão ressaltada que mostra a relevância do setor dos pequenos negócios é a geração de serviço. Da totalidade de empregos formais no Brasil, 52% são preenchidos por trabalhadores da pequena empresa.
À Brasileiros, o presidente do Sebrae, Luiz Barretto, disse que o momento adverso na economia do País é um motivo a mais para o pequeno empresariado se empenhar na construção de um comércio mais forte e competitivo: “Evidentemente que esse é um ano de dificuldades e é um ano mais importante ainda para o empresário, pois é um ano em que ele tem de olhar para dentro, se tornar mais eficiente, conhecer melhor seu mercado. Foram mais de 700 mil pequenas empresas abertas neste primeiro semestre e temos um saldo positivo na geração de empregos, portanto o investimento no pequeno negócio é fundamental para que o Brasil continue crescendo.”, explicou.
Barretto também comentou que a crise econômica não é catastrófica e generalizada como bordam os meios de comunicação, além de ter um caráter internacional: “A situação não é fácil, vivemos uma crise internacional. Mas, é evidente que, olhando de forma mais detalhada as regiões do País e os segmentos, o olhar é mais pessimista do que a realidade de fato é. Há muita oportunidade, o País não é igual para todos, há segmentos que sofrem mais e outros não.”
A percepção de Barretto converge com a do presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes, Paulo Somucci Jr. , que, em conversa com a Brasileiros, rebateu parte da mídia que coloca a crise econômica em um patamar mais elevado do que ela realmente está: “A crise não é do tamanho que às vezes encontramos nas grandes manchetes. O Brasil tem uma economia grande e sofisticada. Quando você olha para o pequeno estabelecimento, do dia a dia do brasileiro que gasta em um almoço 15 ou 20 reais, eles estão crescendo até 15%. A crise é dura para alguns mas, especialmente para os pequenos, ela não é tão dura assim.”, criticou.
Outra concordância entre os presidentes foi a necessária mudança cultural do consumidor brasileiro para poder remodelar o conceito e fortalecer os pequenos negócios. “ Precisamos mudar os hábitos de consumo, e isso já vem acontecendo. Os alimentos orgânicos por exemplo, hoje representam muito mais do que representavam décadas atrás. Outra questão é o mercado de cervejas artesanais, que está crescendo enormemente. O que queremos fazer aqui é dialogar com essa transformação, e assim ajudar a mudar o hábito.”, disse Barretto.
“Esse hábito de consumo já mudou. Hoje o pequeno também possui produtos de qualidade, o que antigamente não acontecia. Nos bares e restaurantes, atualmente, é mais fácil vender o produto do pequeno do que do grande. Em alguns setores o brasileiro já mudou a sua cabeça e o importante agora é garantir os produtos de qualidade para os pequenos.”, completou Paulo Solmutti Jr., que também utilizou o exemplo das microcervejarias que atualmente enfrentam as grandes marcas de igual para igual.
Para atingir à todas as camadas sociais e etárias, o Movimento Compre do Pequeno Negócio se estendeu para as mais variadas formas de comunicação, com páginas no Facebook, Instagram, Twitter e Youtube. O site oficial do movimento foi lançado nesta terça-feira (4) e já conta com mais de 180 pequenas empresas cadastradas.
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