Segundo WikiLeaks, EUA tentaram adiar Rio+20

Criado pelo ativista australiano Julian Assange, o site Wikileaks divulgou telegramas que mostram que George W. Bush, ex-presidente dos EUA, e Barack Obama, atual presidente do país desejavam adiar a conferência Rio+20, que está acontecendo na capital fluminense.

Os documentos publicados pelo site mostram que o governo americano classificou a conferência de “precipitada”, questionando suas utilidades e resoluções. Segundo os documentos, o país desejava que a cúpula ocorresse apenas no ano de 2017.

De acordo com os telegramas, os EUA tentavam resistir à organização da conferência desde o ano de 2008. Muitos dos telegramas eram assinados por Hillary Clinton, secretária de Estado do país e representante americana na Rio+20.

Administração Bush

Condoleezza Rice, secretária de Estado dos EUA durante a gestão Bush também assina alguns dos telegramas, utilizando argumentos que seriam repetidos mais tarde pela democrata Hillary Clinton. Segundo Condoleezza, a reunião não deveria acontecer em 2012, pois uma agenda de trabalho já estava traçada para 2017.

A ex-secretária também diz que os EUA “não eram contrários à cúpula em si, mas estavam preocupados com os recursos, tanto financeiros como humanos, que seriam exigidos”. Os telegramas de Rice também mostram o receio do país em relação à efetividade do encontro.

“Temos dúvidas quanto à produtividade dessa cúpula nesse estágio, à luz de nossos compromissos em andamento sobre desenvolvimento sustentável”, dizia Condoleezza, afirmando que os americanos deveriam “enfatizar que o papel da Comissão para o Desenvolvimento Sustentável da ONU e seu ciclo de trabalho são prioridades importantes para os EUA”.

Argumentos iguais

Com a posse de Barack Obama, em 2009, Hillary Clinton assumiu o cargo de secretária de Estado do país. Em carta enviada para a ONU, Hillary dizia que os americanos estavam “dedicados na busca de desenvolvimento sustentável e acreditam fortemente na cooperação internacional”.

Apesar de se mostrar aberta à reunião, Clinton utilizava os mesmos argumentos da administração republicana para que a cúpula ocorresse cinco anos mais tarde. “Continuamos a ter questões, incluindo qual seria a meta do encontro, como (a cúpula) adicionaria valor ao trabalho já existente em desenvolvimento sustentável, como evitaríamos que (o encontro) afete as conclusões do processo da Comissão para o Desenvolvimento Sustentável”, escreveu.

Como Condoleeza, Hillary também utilizou o argumento de que muitos recursos seriam utilizados para a realização da conferência, e que por isso seria melhor aguardar até 2017. “Muitos governos, incluindo os EUA, não têm recursos e nem funcionários para preparar duas cúpulas em cinco anos”, disse a ex-primeira dama. Para a esposa de Bill Clinton, os EUA deveriam participar da conferência, mas focando “especialmente sobre a implementação de acordos já feitos”.


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