A mineradora Samarco cometeu, pelo menos, seis falhas graves que podem ter sido responsáveis pelo acidente que matou 11 pessoas em Mariana, Minas Gerais. O principal deles foi a não adoção de um plano de emergência preparado há seis anos que teria salvado a vida de trabalhadores da mineradora e moradores do distrito de Bento Rodrigues, na Região Central, além de evitado a destruição do meio ambiente e os graves impactos na economia mineira e do Espírito Santo, diz o jornal Estado de Minas.
Em 2009, a empresa RTI (Rescue Training International), com sede em Bragança Paulista (SP), foi contratada pela Samarco par elaborar um plano prevendo a proteção aos funcionários e comunidades, no caso de rompimento de uma barragem, conforme ocorreu com a do Fundão, em 5 de novembro. “O plano de ação nunca foi posto em prática”, lamenta o diretor da RTI, Randal Fonseca.
De acordo com o especialista, o programa abrangia unidades do grupo no Espírito Santo, Pará e Mariana. “O documento é muito extenso, não se esgota em 20 páginas, e incluía até o treinamento da população no caso de precisar sair com segurança”, diz. “Sei que não foi implementado por uma crise econômica. Depois, foi substituído por outro não tão completo.” A proposta incluía uma obra civil, especialmente com relação aos diques das barragens.
O trabalho apresentado abrange todas as possibilidades em uma situação de risco. “O problema não diz respeito apenas à empresa, mas a todos os envolvidos. Se a empresa conseguiu um alvará [licença de operação], vários órgãos são responsáveis”, acredita.
Questionada, a Samarco afirma ter um Plano de Contingências, aprovado pelos órgãos competentes. “O plano foi cumprido pela Samarco, que prontamente mobilizou Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e Prefeitura de Mariana e, em conjunto, estão realizando as ações de resgate e auxílio de vítimas do acidente.”
Vejam as seis falhas da Samarco
1) Falta da adoção de plano de emergência para retirar a população de Bento Rodrigues;
2) Não houve treinamento da população para reagir a um possível o rompimento de barragem;
3) Moradores foram comunicados por telefone logo após o rompimento. Muitos números estavam desatualizados. Só agora a Samarco instala sirenes;
4) Empresa não pôs em prática plano de ação emergencial elaborado em 2009, que trata da proteção aos trabalhadores, comunidade, meio ambiente;
5) Plano para emergências médicas elaborado em 2012 por empresa contratada foi ignorado;
6) Plano de Ações Emergenciais de Barragens, apresentado ano passado, é considerado frágil por especialistas e também não foi posto em prática.
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