Mesmo com pouca ou nenhuma chuva, o nível de água da grande maioria dos mananciais subiu na região metropolitana de São Paulo de ontem (8) para hoje (9), segundo a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). No principal deles, o Sistema Cantareira, responsável pelo abastecimento de 6,5 milhões de pessoas, houve elevação pelo quarto dia seguido atingindo 5,9% ou 0,2 ponto percentual acima da medição feita ontem (8).
Nesse sistema não choveu nos últimos dois dias. No sábado e no domingo foram registrados apenas 0,5 milímetros (mm) de chuva. Nos dias antecedentes, os seis reservatórios do Cantareira conseguiram boas captações e acumula desde o começo de fevereiro 85,6 mm próximo da metade do total previsto para todo o mês (199,1 mm).
A Sabesp esclareceu que as vazões para os reservatórios podem ocorrer dias depois das chuvas e isso explica a elevação de nível mesmo sem precipitações sobre o sistema. As oscilações também têm o efeito da redução no consumo. A empresa não atualizou os dados sobre a demanda, na última divulgação tinha indicado uma queda de 4,8 mil litros por segundo em dezembro de 2014, maior do que em novembro (4,1 mil litros por segundo).
No Sistema Alto Tietê também ocorreu aumento de 0,2 ponto percentual de água disponível para o abastecimento com os reservatórios operando com 12,6% de sua capacidade. Nesse manancial, o volume de chuva foi praticamente nulo com apenas 0,1 mm. O acumulado em oito dias está em 81,7 mm, bem acima do registrado em igual período do ano passado (0,4 mm). A média histórica do mês é 192 mm.
Com captações acima da média, o Sistema Guarapiranga que atende a população da zona sul da capital paulista, opera com 53,4% em relação a 52,3%. Também não choveu sobre esse sistema. O acumulado do mês atinge 97,2 mm mais do que a metade da média histórica do mês que é 192,5mm.
No Alto Cotia o nível aumentou de 32,6% para 33,1% com apenas 0,2 mm de chuva no dia. Esse sistema também está com a pluviometria acima da média acumulando 98,4 mm. No mês são esperados 178,9 mm. Neste Sistema é retirada água para fornecer as cidades de Cotia, Embu, Itapecerica da Serra, Embu-Guaçu e Vargem Grande.
No Sistema Rio Grande, utilizado para abastecer os municípios de Diadema e São Bernardo do Campo e parte de Santo André, houve uma pequena queda com o nível passando de 78,9% para 78,8%. Mesmo operando abaixo da capacidade registrada há um ano quando estava em 90%, esse sistema tem recebido mais chuvas do que em fevereiro de 2014 e acumula até agora 91,2 mm. A média para todo o mês é de 206,1 mm.
Com ligeira expansão, o Sistema Rio Claro teve de sábado para domingo o nível de 0,1 ponto percentual atingindo 31,1%. Essa variação está bem abaixo do mesmo dia em fevereiro do ano passado quando operava com 93,1% de sua capacidade. Em relação há um ano melhorou a captação de chuvas apesar de estar abaixo da média acumulando 65,2 mm. A média para o mês todo é 237,8 mm. Esse sistema atende parte da zona leste da capital e os municípios de Ribeirão Pires, Mauá e Santo André.
Na manhã desta segunda-feira (09), o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, disse que não existe um percentual de armazenamento limite do Sistema Cantareira que poderia acionar o racionamento de água no estado. Ele informou que a questão está sendo discutida pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). “É uma decisão técnica e na hora que estiver madura a Sabesp vai falar e nós também”, declarou após participar do lançamento dos dados do Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp) de 2014.
O reservatório, que abastece cerca de 6 milhões de pessoas na região metropolitana, subiu hoje 0,2 ponto percentual, chegando a 5,9% da capacidade de armazenamento, contabilizando duas cotas do volume morto. Alckmin destacou que a crise hídrica, que afeta sobretudo o Cantareira, está sendo administrada e que já houve redução de 22% na demanda. “Era mais de 70 metros cúbicos por segundo (70 m3/s), hoje está em 54 [m3/s]. Se todo mundo fizer economia, nós vamos conseguir ultrapassar esse período difícil”, avaliou.
O governador voltou a negar que o racionamento esteja ocorrendo em alguns locais da região metropolitana de São Paulo. Ele explicou que a falta d’água ocorre em razão da diminuição da pressão em alguns pontos. “Não tem nenhum caso de pressão zero. O que tem é válvula redutora de pressão [VRP], que não é novidade. Nós já tínhamos 1,2 mil VRPs, hoje são 1,5 mil. Ela permite uma economia importante, porque reduz à noite e de madrugada”, informou.
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