STF abre novo inquérito para investigar Eduardo Cunha

Eduardo Cunha - Foto: Luis Macedo/Fotos Públicas (17/07/2015)
Eduardo Cunha – Foto: Luis Macedo/Fotos Públicas (17/07/2015)

O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), aceitou pedido de abertura de nova investigação contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A abertura de inquérito foi requerida nesta quinta-feira (15) pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Além de Cunha, Zavascki vai investigar sua mulher, a jornalista Claudia Cruz, e a filha Danielle da Cunha. O pedido de abertura de investigação, requerido por Janot, foi baseado em uma série de documentos enviados pela Suíça comprovando que Cunha possui quatro contas no país europeu.

Essa é a segunda vez que o presidente da Câmara é investigado no Supremo Tribunal Federal, já que, em agosto, a Corte já havia denunciado Cunha por corrupção e lavagem de dinheiro. Nesta primeira denúncia apresentada ao Supremo, Janot afirmou que Eduardo Cunha recebeu U$S 5 milhões por meio de empresas sediadas no exterior e de fachada em um contrato de navios-sonda da Petrobras. O procurador também pediu que Cunha pague U$S 80 milhões pelos danos causados à estatal brasileira. 

Em abril deste ano, no início da investigação, autoridades suíças bloquearam um total de 2,468 milhões de francos suíços (R$ 9,6 milhões). De acordo com os documentos apresentados pelo Ministério Público suíço, a conta aberta no país em nome de Claudia Cruz foi utilizada para pagar despesas pessoais da família de Cunha, como cartões de crédito, academia de tênis na Flórida, e cursos na Espanha e no Reino Unido. 

Na semana passada, o Ministério Público da Suíça enviou ao Brasil documentos que mostram a origem do dinheiro encontrado nas contas atribuídas a Cunha.  De acordo com os investigadores da Operação Lava Jato, os valores, que não foram divulgados, podem ser fruto do recebimento de propina em um contrato da Petrobras na compra de um campo de petróleo em Benin, na África, avaliado em mais de US$ 34 milhões.

A Procuradoria-geral ainda pediu que o Supremo junte o depoimento de Fernando Falcão Soares, conhecido como Fernando Baiano, às novas denúncias contra Cunha. Em delação premiada, Baiano afirmou que entregou “entre R$ 1 milhão e R$ 1,5 milhão” ao presidente da Câmara em outubro de 2011. Segundo reportagem da TV Globo, o delator ainda disse que utilizava um celular exclusivo para tratar com certas pessoas sobre propinas, entre elas, Eduardo Cunha. Baiano também falou que “mandou até e-mail com tabela do que foi pago e do que ainda tinha que ser pago” a Cunha.  

 


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