Suíça bloqueou US$ 2,4 milhões de Eduardo Cunha

Foto: Alex Ferreira Câmara dos Deputados
Foto: Alex Ferreira Câmara dos Deputados

De acordo com informações da Folha de S. Paulo, o banco suíço Julius Baer informou às autoridades do país europeu que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), consta como beneficiário de contas sigilosas onde estão depositados US$ 2,4 milhões (cerca de R$ 9,3 milhões). Atualmente, a quantia está bloqueada.

O dinheiro está aplicado em fundos de investimento por meio de quatro contas abertas em nome de empresas offshore, instituições que são criadas como fachada, sediadas em paraísos fiscais. Conforme divulgado pelo banco suíço, os beneficários das contas, além de Cunha, seriam seus familiares, como sua mulher, a jornalista Cláudia Cordeiro Cruz, além de uma das filhas do deputado.  O que ainda não está explícito é se o próprio Eduardo Cunha movimentava as contas ou se fazia isso por meio de procuradores.

As constatações do banco europeu só confirmam os depoimentos dos delatores da Operação Lava Jato Julio Camargo e João Augusto Henriques. Em agosto, o lobista afirmou ter pago uma quantia de US$ 5 milhões ao parlamentar como propina de um contrato de navios-sonda da Petrobras. Já Henriques, que é ligado ao PMDB, disse ter realizado depósitos em uma conta de Cunha no exterior.

Os recursos estão bloqueados há quase cinco meses, quando o próprio banco Julius Baer reportou as suspeitas à procuradoria da Suíça. Após as denúncias, o Ministério Público suíço instaurou uma investigação contra Cunha por suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro.  Além de extratos das movimentações bancárias, o banco entregou às autoridades suíças uma documentação completa informando detalhadamente como foram as aberturas de contas, os formulários preenchidos, cópias de documentos e comprovantes de endereço dos beneficiários.

O material completo já foi enviado pela Procuradoria da Suíça para o Ministério da Justiça no Brasil, que por fim encaminhou à Procuradoria-Geral da República no fim de tarde desta quarta-feira (7).  Esta não é a primeira vez que o banco Julius Baer aparece nas investigações da Lava Jato. Dois ex-diretores da Petrobras, Jorge Zelada e Eduardo Musa, também mantinham contas sigilosas no banco.


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