A taxa de desemprego na região metropolitana de São Paulo apresentou decréscimo em novembro ao passar de 10,1% em outubro para 9,8%, segundo informações da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), feita todos os meses pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) e Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Segundo os dados, o total de desempregados foi calculado em 1,070 milhão de pessoas, 39 mil a menos do que no mês anterior. Esse número é decorrente da redução da População Economicamente Ativa em 0,6%, com 63 mil pessoas deixando o mercado de trabalho e de leve estabilização do nível de ocupação, que eliminou 24 mil postos de trabalho – queda de 0,2%.
Os dados mostram também que em novembro o nível de ocupação variou -0,2% e o número de ocupados foi estimado em 9,847 milhões de pessoas. O resultado é consequência da queda de empregados na indústria de transformação (-2%, com eliminação de 34 mil postos de trabalho), na construção (-2,8%, com eliminação de 21 mil empregos), no comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas (-0,9% ou eliminação de 14 mil postos de trabalho). No setor de serviços houve crescimento de 0,6%, com 35 mil novas vagas.
“Não é comum acontecer isso em novembro. O comércio deveria estar contratando e a indústria, se não contratando, não deveria estar demitindo e demitiu fortemente em novembro, assim como a construção civil. O estrago não foi maior porque o setor de serviços continua crescendo quase compensando a redução dos outros três setores”, analisou o coordenador da pesquisa do Seade, Alexandre Loloian.
De acordo com a PED, entre setembro e outubro o rendimento médio real dos ocupados e assalariados foi R$ 1.891 e R$ 1.893,00. A massa de rendimentos dos ocupados cresceu apenas 0,3% e a dos assalariados 0,7%. O número de assalariados ficou praticamente estável (-0,1%) em novembro. No setor privado, os postos de serviço com carteira assinada aumentou 0,5% e o sem carteira diminuiu 1,4%. A quantidade de autônomos aumentou 1,1% e o número de empregados domésticos teve retração de 1,8%.
“Com tudo o que está sendo anunciado não há porque imaginar que no início do ano que vem tenhamos melhoras taxas. É normal no começo do ano termos redução do nível de ocupação e aumento da taxa de desemprego. Eu espero que fiquemos na margem, como ficamos nos anos anteriores. Mas acho que teremos um primeiro trimestre típico”, explicou.
Segundo Loloian, esse quadro se deve às incertezas quanto ao crescimento da economia e alguma reversão da política econômica. “Isso faz com que as pessoas se contenham quanto ao endividamento e consumo por falta de garantia do emprego. O clima é de expectativa para ver os novos passos do governo e como isso vai afetar a atividade empresarial”, disse.
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