Os petroleiros de todo o país deram início à 0h desta sexta-feira (24) a paralisação nacional de 24h, interrompendo as atividades nas unidades operacionais e administrativas do Sistema Petrobras.
Segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP), a greve decorre da necessidade de advertir a Petrobras sobre a gravidade do atual momento político do país e dos riscos que a categoria sofre em função dos cortes, venda de ativos e desinvestimentos aprovados pelo Conselho de Administração da estatal, além da dicussão do Projeto de Lei 131/2015, de autoria do senador José Serra (PSDB-SP), que propõe reduzir a participação da Petrobras nos consórcios de exploração do petróleo na camada do pré-sal.
Para a FUP, a greve nacional de hoje é apenas “o inicio de uma árdua batalha que os petroleiros terão pela frente para barrar o projeto e impedir o desmonte da Petrobras, caso a empresa siga adiante com o novo Plano de Gestão e Negócios, que pretende cortar 89 bilhões de dólares em investimentos e em despesas, além de colocar a venda 57 bilhões de dólares de ativos da companhia.
Segundo a assessoria da FUP, a paralisação conta com a adesão dos trabalhadores das áreas administrativa e de operação. “Nas áreas operacionais houve corte no processo de rendição das refinarias, nos terminais da Transpetro e nas usinas de Biodiesel e termoelétricas.”
“Como não houve troca de turno, os funcionários que se encontram nas u nidades operacionais da estatal estão fazendo apenas operação padrão. Após a greve que derminará , à 0h de hoje, os trabalhadores darão início a um processo de avaliação dos rumos do movimento e do alcance da paralisação,” disse a assessoria.
A FUP informou à Agência Brasil que a luta continuará em Brasília, na primeira semana de agosto, quando os petroleiros retomarão a luta contra a aprovação do Projeto Lei 131, que visa retirar da Petrobras a função de operadora única do pré-sal e acabar com sua participação mínima em 30% dos campos exploratórios.
A entidade lembra que há cerca de duas semanas, dirigentes da FUP e seus sindicatos, junto com petroleiros de várias estados do Brasil e movimentos sociais, fizeram forte pressão no Senado e conseguiram derrubar o regime de urgência do projeto, previsto para ser votado na segunda semana de julho.
“Essa foi a primeira batalha ganha em uma luta que está começando. A mobilização reverteu, em apenas três semanas, um quadro que estava totalmente a favor da aprovação do projeto, que abre caminho para retirar o pré-sal do controle do Estado e entregar essa riqueza às multinacionais,” disse a FUP.
O Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF) está orientando os trabalhadores das plataformas para aderirem ao movimento. “A entidade avalia que é muito importante que as unidades acompanhem a decisão da maioria para que a paralisação seja forte e dê o recado contra o plano de desinvestimentos da Petrobras e contra o projeto de lei.”
Em nota, a Petrobras informou que “em algumas unidades, houve registro de bloqueios na entrada dos empregados, gerando atrasos, assim como corte de rendição de turno”. A companhia sustenta que “as atividades da empresa estão dentro da normalidade, sem prejuízo à produção, estando preservada a segurança das instalações da companhia e de seus trabalhadores”.
Segundo a nota, a Petrobras afirma, ainda, que “tomou todas as medidas para garantir a manutenção da produção de petróleo e gás, bem como o abastecimento do mercado.”
Deixe um comentário