Tribunal do Ceará revoga prisão da farmacêutica Miriam França

A prisão da farmacêutica carioca Mirian França foi revogada na terça-feira (13) pelo Tribunal de Justiça do Ceará. O juiz José Arnaldo dos Santos Soares, que analisou o pedido da Defensoria Pública, determinou que ela não deixe o estado por 30 dias, para colaborar com as investigações.

Mirian está presa desde 29 de dezembro, suspeita de envolvimento no homicídio da italiana Gaia Molinari, assassinada em dezembro de 2014, na cidade turística Jericoacoara, a 300 quilômetros de Fortaleza.

A Defensoria Pública do Ceará informou que a jovem passará por exames de rotina antes de deixar a Delegacia de Capturas, em Jacarecanga, próximo ao centro onde está detida.

Uma campanha a favor da farmacêutica foi organizada pelas redes sociais. Ativistas de direitos humanos protestaram em frente à delegacia onde a jovem está detida e organizaram um abaixo-assinado na internet que obteve mais 2,5 mil assinaturas requerendo a revogação de prisão.

O juiz José Arnaldo dos Santos Soares acatou pedido da defensoria que alegava não haver elementos que comprovassem a autoria ou participação da farmacêutica no crime. Na avaliação dos defensores, as contradições no depoimento de Mirian França não justificavam a prisão.

Na decisão, o magistrado também levou em consideração o fato de a jovem ter profissão, endereço fixo no Rio de Janeiro e nenhum antecedente criminal. “Após detida análise dos autos, vejo que a prisão da requerente exauriu sua finalidade, não se mostrando mais imprescindível às investigações”, afirmou, em nota.

Sem vingança

Valentina Carraro, a mãe da jovem Gaia Molinari – assassinada no Brasil em dezembro – foi a um encontro de vítimas de uma tragédia em Piacenza e demonstrou compaixão com a situação.

“A verdadeira vítima não é Gaia, mas quem a matou. Estamos em busca de um responsável, não de um culpado. É preciso impedir que quem matou Gaia repita atos como este porque eu não busco vingança. Também seria inimaginável dizer que ele é uma vítima, mas eu posso me permitir a isto por estar sofrendo’,destacou.

Aos parentes, ela afirmou que “a minha dor é mais jovem que a de vocês, mas juntos encontramos fé em Deus para que nosso caminho seja virtuoso, para fazer com que a tragédia se torne um dom de fé”. As pessoas que estavam no recinto eram parentes de oito vítimas de um acidente de trem ocorrido em 12 de janeiro de 1997.

Ainda de acordo com a mãe da turista italiana, o corpo de Gaia deve chegar na terça-feira (13) à Itália e o funeral será realizado no sábado (17) em Rivalta. Carraro também pediu que não sejam levadas flores ao velório, mas sim que as pessoas façam doações para o “Osdh-O Secours des Enfants Haitiens” ou para o “Médicos Sem Fronteiras”. Ela ainda explicou o porquê da viagem para o Brasil e seu amor por crianças. “Minha filha sempre foi muito atingida pela tragédia das crianças pobres e, justamente por isso, ela foi para o Brasil”, disse.


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