“Vai ter punição”, diz ministra do Meio Ambiente sobre Samarco

Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil
Onda de lama destruiu a cidade de Barra Longa (MG) – Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse nesta quarta-feira (11) que o governo federal analisa eventuais punições às empresas responsáveis pelas duas barragens que romperam na última quinta-feira (5), em Mariana (MG). A barragem pertence à mineradora Samarco, controlada pelas empresas Vale e BHP Billiton.

Izabella classificou o ocorrido como “catástrofe ambiental” e lembrou que “a responsabilidade ambiental é da empresa empreendedora”. “Se couber aplicação de multa por parte da área federal, nós aplicaremos, seremos rígidos. Não tem essa história de achar que a pessoa não pune. Vai ter punição. Tem que, pela legislação brasileira, restaurar ambientalmente”, afirmou a ministra.

Pelos cálculos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), 50 milhões de metros cúbicos de lama foram liberados no ecossistema com o rompimento das barragens. A onda de lama que se formou destruiu Bento Rodrigues e já atingiu o Espírito Santo.

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Onda de lama atingiu a cidade de Barra Longa (MG) – Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil

De acordo com o ministério, a avaliação sobre os impactos ambientais só poderá ser feita após a estabilidade da lama e a liberação das áreas pela Defesa Civil. “O momento agora é de apoiarmos a população e amenizar os efeitos do acidente para assegurar o abastecimento de água para a população local”.

Nesta quinta-feira (12), a ministra Izabella Teixeira viaja a Mariana para uma vistoria nos locais atingidos pelo rompimento das duas barragens. A presidenta Dilma Rousseff também deve ir à cidade, mas o Palácio do Planalto ainda não confirmou a informação.

Samarco cria fundo para atender vítimas

As mineradoras Vale e BHP Billiton, que controlam a mineradora Samarco, anunciaram nesta quarta-feira que vão criar um fundo para ajudar as vítimas e recuperar o ambiente das áreas atingidas pelo rompimento de duas barragens de rejeitos em Bento Rodrigues, zona rural de Mariana, em Minas Gerais.

O rompimento das barragens, na última quinta-feira (5), liberou uma onda de lama, que destruiu o distrito de Bento Rodrigues e chegou ao Espirito Santo. Até agora, o Corpo de Bombeiros confirma seis mortes na tragédia e 20 desaparecidos. O número de desabrigados chega a 637 pessoas de 185 famílias. Todas estão em hotéis e pousadas de Mariana e cidades próximas.

“É nossa intenção trabalhar com as autoridades para fazer esse fundo funcionar o mais breve possível. A Vale e a BHP Billiton mantêm neste momento especialistas em saúde, segurança, meio ambiente e geotecnia apoiando as ações da Samarco no local”, diz o comunicado conjunto das empresas. O diretor-presidente da Samarco, Ricardo Vescovi. o presidente da Vale, Murilo Ferreira, e o da BHP, Andrew Mackenzie, foram hoje a Mariana.

Barragem de Germano

A Samarco e o governo de Minas Gerais negaram que a barragem de Germano, em Mariana, corra o risco de se romper. A empresa informou que “todos os seus mecanismos de controle não apontam qualquer indício de abalo na estrutura”.

O governo do Estado, no entanto, confirmou que haverá uma intervenção no dique da barragem, mas sem detalhar as ações. “Durante esse período será realizado um replanejamento das buscas e que possivelmente algumas famílias, por medida de segurança, serão realocadas”, diz o governo em nota.


Comentários

Uma resposta para ““Vai ter punição”, diz ministra do Meio Ambiente sobre Samarco”

  1. Vai ter punição prá quem?

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