O filme Amuleto, de Jeferson De integrou a Mostra Competitiva do Festival Cine-PE . Uma opção por um gênero pop, de muito sucesso junto às plateias, uma história de terror com tudo a que se tem direito: bruxas, mulher bonita, raiz num passado de dois séculos atrás. Mistura atores globais como Maria Fernanda Candido com o excelentete Regius Brandão , ator tradicionalmente de teatro .
Jeferson De é um artesão do cinema. Preto como ele mesmo diz, não vem da periferia. Saiu de Taubaté, estudou Filosofia na USP , onde se graduou em cinema. Não é , não se sente e nem pretende ser um ativista. Resolveu mexer com a tradição da cinematografia brasileira, se permitindo apenas filmar. O autor do Dogma da Feijoada muda de prato: vai para o lugar do surfista, so sal e do sul. Filma Amuleto em Florianópolis com atores brancos, sem qualquer ator negro.
” Não me faço mais ativista, Não quero ser o Spike Lee brasileiro. Lá tem Ku Klux Khan. Agora, já tem edital para diretor negro, história negra. Obrigatoriedade de negro na equipe. Consegui meu objetivo. Eu tinha que radicalizar. Isso é o que eu tenho pra dizer. Eu sou produtor, eu sou diretor. Estou ampliando. Eu não quer só o que é meu. Quero tudo. Eu quero ampliar. O Cao Hambuguer, alemão, filma no Xingu. E eu não posso fazer esses movimentos? Quero trazer a questão.” Assim se posiciona Jeferson , que é casado com a sua roteirista e produtora executiva Cristiane Arenas. Branca. E têm 5 filhos.
É a mistura e a miscigenação de sua vida que Jeferson aporta em sua carreira, em seus posicionamentos. E como diria a música Eu cheguei lá, eu cheguei lá, Só que Jeferson, ao contrário de Caymmi, sabe o que tem a dizer.
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