No primeiro momento pensei que foi acidental. Um dos manifestantes atira um rojão a esmo e ele pega, por azar, na cabeça do cinegrafista Santiago Andrade que está registrando o protesto. Eu estava errado. Ele era o alvo porque estava flagrando os criminosos. Assim como Tim Lopes foi assassinado por traficantes da Vila Cruzeiro depois de tê-los flagrado, em 2002. A censura à imprensa acabou com a ditadura, mas o perigo agora é maior: a censura da execução.
“Não gostamos do que você faz por isso a tua pena é a morte”. O humorista Fabio Porchat recebeu ameaças depois de colocar no ar um sketch humorístico sobre policiais. E está apavorado – assim como seus pais – com toda razão. Há liberdade de expressão? Há. Mas não há garantia de vida. Assim como se uniu para derrubar a censura, a sociedade civil tem que se unir para derrubar a censura do assassinato e da intimidação, antes que os “justiceiros” passem a dar as cartas do jogo.
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