Diário da política: o efeito Renan

Renan Calheiros concede entrevista em Brasília - Foto: Jane de Araújo /Agência Senado
Renan Calheiros concede entrevista em Brasília – Foto: Jane de Araújo /Agência Senado

Até que enfim o governo descobriu que o melhor antídoto contra o homem-bomba, Eduardo Cunha não é Michel Temer e sim Renan Calheiros. O anúncio oficial de que a tarefa do presidente do Senado passou a ser apagar o incêndio que o presidente da Câmara quer botar em Roma (ou Brasília) acalmou os políticos, os empresários, o dólar e o País. Foi a primeira bola dentro do governo desde a sua inauguração, em janeiro deste ano. Cunha já sentiu o golpe, mudou até o seu tom de voz, agora fala mais baixo e sem a euforia da semana passada. Será impossível derrubar o governo sem o apoio do Senado, e esse apoio minguou. Haverá, como sempre, os que dirão que a tal agenda Brasil apresentada por Renan é um factoide que não vai fortalecer a economia. Tudo bem. O que vai fortalecer a economia é a promessa de menos instabilidade acenada por Renan. Haverá, também os que dirão que tudo não passa de jogo de cena, Cunha e Renan são duas faces da mesma moeda, e ambos caíram na malha fina da Lava Jato. Há uma diferença, porém: o filho de Renan é governador de Alagoas, e nenhum pai vai querer que o governo do filho fracasse, o que poderá acontecer com quase absoluta certeza se houver a descontinuidade do governo Dilma. Nunca se sabe o que vem depois de um impeachment ou depois de uma renúncia. Não interessa discutir o passado dele, o que importa é que ele detém um dos poderes da Nação e o colocará a serviço do que é necessário neste momento: baixar a bola.


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