Os tucanos, que ganharam fama nacional e – quiçá – internacional por ficarem em cima do muro começaram o segundo semestre na Câmara dos Deputados dispostos a mudar a imagem. Chegaram com dois objetivos principais. O primeiro é apoiar sem restrições a permanência de Eduardo Cunha na chefia, custe o que custar, seja como for porque ele é aquele que tem o poder de ajudá-los a alcançar o objetivo número dois (e o número um dele mesmo): o impeachment da presidente Dilma. Logo no início da sessão, depois do almoço, naquele período em que nada acontece porque Cunha ainda não preside um tucano com rosto de caipira e gravata torta chamado Caio Nárcio contestou um parlamentar do PT que tinha pregado o afastamento do presidente, acusado de receber 5 milhões de dólares na Lava Jato, mas o discurso mais contundente foi o de um tucano líder nos tempos de Fernando Henrique.
O baiano Jutahy Jr. disse para um plenário vazio e sonolento que “se o processo de impeachment for aberto, podem contar com o meu voto”. Tudo indica que essa posição será adotada por todo o partido a partir de agora, o que afasta definitivamente qualquer possibilidade de Cunha sair da presidência, pois contará com esse apoio ao menos até colocar em votação o impeachment, o que pode ocorrer nos movimentos seguintes à reprovação das contas de Dilma de 2014 pelo TCU. Nada mais improvável do que tucanos se aliarem a uma raposa na vida real. Vai ver estamos vivendo dentro de uma fábula de La Fontaine e ainda não nos demos conta.
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