Diário das eleições: Jingles dos presidenciáveis já estão no ar

Não há meio melhor de influenciar pessoas e fazê-las memorizar e disseminar ideias do que a música. Os jesuítas já sabiam disso em 1500. Para catequizar os índios musicaram todas as rezas. Os jingles são fundamentais nas campanhas eleitorais brasileiras. O melhor jingle pode não ser decisivo para a vitória deste ou daquele, mas ao menos torna mais conhecido seu candidato.

Podemos odiar Jânio Quadros, mas não esquecemos a sua música mais conhecida que o elegeu presidente das República em 1960: Varre, varre, vassourinha/ varre, varre a bandalheira/ o povo/ já está cansado/ de viver dessa maneira. Ou a de Getúlio Vargas, com a qual venceu em 1950: Bota o retrato do velho/ outra vez/bota no mesmo lugar/ o sorriso do velhinho/ faz a gente trabalhar.

Os candidatos deste ano à presidência da República já colocaram seus jingles na internet – que serão massificados nos horários eleitorais gratuitos da tevê a partir de 19 de agosto.

O jingle da presidenta Dilma, candidata à reeleição é um reggae chamado Coração Valente que aposta no bom caráter e nas boas intenções da candidata e cita apenas uma vez o ex-presidente Lula: Dilma, coração valente/ força brasileira/ garra dessa gente/ Dilma, coração valente/ nada nos segura/ pra seguir em frente/ Você nunca desviou o olhar/ do sofrimento do povo/ por isso eu te quero outra vez/ por isso eu te quero de novo/ Você nunca vacilou/ em lutar/ em favor da gente/ por isso eu tô juntinho do seu lado/ tô com você e Lula/ pra seguir em frente/ Mulher de mãos limpas/ eu tô com você/ mulher de mãos livres/ eu tô com você/vamos viver uma nova esperança/ com muito mais futuro/ e muito mais mudança/ o que é bom vai continuar/ o que não tá a gente vai melhorar.

O jingle de Eduardo Campos é um rap. É o único que dá à vice a mesma importância do candidato principal: Coragem pra mudar o Brasil/ eu vou com Eduardo e Marina / Coragem pra mudar o Brasil/ eu vou com Eduardo e Marina/ Eduardo e Marina têm a cara do Brasil/ têm as cores do Brasil/ têm o nome do Brasil/ Eduardo e Marina têm a força do Brasil/ têm o braço do Brasil/ e o compasso do Brasil/ Você que é de longe/ você que é de perto/ você que tem dúvida/ você que tá certo/ Você que é grande/ você que é pequeno/ você que é agitado/ você que é sereno/ Coragem pra mudar o Brasil/ eu vou com Eduardo e Marina.

Era justo esperar, já que Minas é uma terra de excelentes músicos que o jingle de Aécio fosse matador. Mas é o mais decepcionante. Não tem propostas nem diz quem é o candidato, apenas repete que “a gente quer você” sem levar em conta que é um nome novo no cenário nacional. Aê.. aê.. aê/ eu quero ver/ aê, aê/ Aécio a gente quero você/ Aê, eu vim dizer/ aê, aê, Aécio a gente quer você/


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