O PMDB é um dragão de sete cabeças. As sete precisam de muita comida e têm muita sede. O partido sempre foi a grande preocupação de Lula. Faz tempo. Eu me lembro que, em 1989, no debate presidencial da TV Bandeirantes eu perguntei ao Lula porque ele tinha medo do PMDB, cujo candidato era Ulysses Guimarães. Não sei o que ele respondeu. Mas nos bastidores definira Ulysses como o adversário que mais temia. Quando virou presidente, Lula encarregou José Dirceu de negociar com o PMDB e os satélites. O PMDB cresceu muito e ganhou muitos caciques. Atender a muitas bocas foi se tornando mais difícil, a resposta foram as mágoas e os ressentimentos. O PMDB é tão grande que se dividiu em três, a partir dos resultados de ontem. O PMDB de Michel Temer, o primeiro na linha de sucessão de Dilma, sempre ao lado do governo, é claro, mas muito mais inclinado a atender os interesses do partido que os do governo. O PMDB de Eduardo Cunha, novo presidente da Câmara, segundo na linha de sucessão, que será o pitt-bull sempre que o PMDB precisar exigir mais. E o PMDB de Renan Calheiros, terceiro, cuja linha no Senado será a sua de sempre, fiel discípulo do adesismo, ao sabor dos acontecimentos. Para sair das cordas Dilma precisará tomar lições de Anderson Silva.
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