Diário do Mundo: Brasileiros estão fazendo negócios da China

O primeiro sinal de alerta veio de um argentino amigo meu, artista plástico bissexto que mora há anos no Brasil. Ele me disse, há um ano, que passara a comprar roupas da China, muito mais baratas, de boa qualidade, via internet – elas demoravam a chegar, mas chegavam em bom estado. Achei estranho um sujeito bem informado e intelectualizado participar desse tipo de comércio. Agora é a minha prima. De uns tempos para cá ela tem comprado através do mesmo sistema não só roupas, mas também vários tipos de calçados, bolsas, chapéus e até cosméticos, a preços sem competição, às vezes até ridículos. Bons, bonitos e baratos.

Dez pares de meia a 60 centavos de dólar, por exemplo. Os dez. Bota alta, de camurça, que em São Paulo não se acha por menos de 300 reais, a 19 dólares. Produtos de maquiagem a cinco dólares. Por serem produtos de baixo preço, na maioria das vezes não são taxados e, quando são, as taxas compensam. Não sei como a China consegue vender por tão pouco (certamente pagando salários vis aos trabalhadores), nem qual é o volume dessas importações e o impacto disso na economia brasileira. Mas não deve ser pequeno. Meu amigo artista e minha prima compram para uso próprio, mas há os que importam quantidade para depois revender. Antigamente os sacoleiros viajavam ao Paraguai. Agora, não precisam sair de casa.  


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