A convite de um dos ex-comandantes da VAR-Palmares, Antonio Roberto Espinosa, mais de 30 ex-guerrilheiros de vários estados – São Paulo, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul – e de outras organizações da luta armada – como a ALN – se reencontraram ontem no salão de festas do prédio onde Espinosa mora, em Osasco (SP), pela primeira vez em 45 anos. Quase todos, é claro, grisalhos e mais encorpados.
A pessoa mais conhecida e mais poderosa do grupo, a presidente da República Dilma Rousseff estava em São Paulo, mas não veio. Espinosa contou que Rui Falcão, outro ausente, lhe dissera no telefone momentos antes que estava com ela no congresso do PC do B, a alguns quilômetros dali. E que ela não teria a menor dificuldade em comparecer, se fosse uma pessoa civil. Mas seria difícil driblar a segurança. O gabinete militar veta seu comparecimento a locais quer não tenham sido previamente vistoriados.
“Os agentes teriam que fazer vistoria em todos os apartamentos, haveria uma lista de quem pode e quem não pode entrar, e não sei se meus vizinhos concordariam com esse transtorno”, explicou Espinosa bem humorado aos convivas. E aduziu: “A Dilma é, a rigor, a única pessoa que está presa neste país. Jamais houve alguém tão prisioneiro quanto ela. Tão prisioneira que não pode aparecer na festa dos ex-companheiros, porque os generais que a acompanham… o gabinete militar… não permitem.” (Mais ou menos nessa mesma hora, em outro endereço da capital paulista, os petistas José Genoíno e José Dirceu se apresentavam na sede da Polícia Federal para cumprir seus mandados de prisão).
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