Epidemia de assassinatos

Manchete de hoje: “menina é morta a pedradas em Foz”. Manchete de dias atrás: dona de casa é linchada por 100 pessoas confundida com sequestradora. Manchete de dias atrás: morre torcedor atingido por vaso sanitário no estádio. Manchete de alguns dias atrás: menino Bernardo pode ter sido enterrado vivo. Manchete de alguns dias atrás: militar que confessou torturas é encontrado morto em sua casa. Manchete de alguns dias atrás: dançarino DG encontrado morto em favela. Manchete de algumas semanas atrás: quatro presos decapitados no Maranhão. Manchete de algumas semanas atrás: morreu cinegrafista atingido por rojão na cabeça. As manchetes se repetem melancolicamente. Todo dia ao abrir o jornal constato que mais alguém foi executado de forma absurdamente cruel por um rival, um inimigo, um policial, um pau mandado, um canalha. Uma verdadeira epidemia. Não sei o que é isso, não sei qual é o remédio, não sei como me proteger ou aconselhar algum tipo de proteção, mas nunca vi acontecer nada parecido nos últimos cinquenta anos.

 


Comentários

2 respostas para “Epidemia de assassinatos”

  1. Avatar de ABRAHAM MESKANI
    ABRAHAM MESKANI

    ROGERIO ACREDITO QUE O ALEX SE REFERE A VIOLENCIA CONTRA PESSOAS E INDIVIDUOS QUE NAO ENCONTRAM-SE EM SITUAÇÃO DE RISCO ( FAVELADOS/ MENINOS DE RUA ETC ) QUE MESMO INOCENTE E HONESTOS ESTAO EM ÁREAS DE RISCO. ISSO QUE VC ANOTOU JÁ SABÍAMOS! AGORA, OS FATOS INDICAM UM ALCANCE MAIOR ATINGINDO AQUELES QUE SE IMAGINAVAM IMUNES COMO JORNALISTAS, MILITARES, DENTISTAS E OUTROS. NISSO O ALEX ESTÁ CERTO E ENXERGANDO MAIS LONGE. NÃO DEVEMOS MINIMIZAR RELATIVIZANDO A VIOLENCIA COMO ALGO “DENTRO DO CONTROLE”(?)

  2. Avatar de rogério marques
    rogério marques

    O Alex diz que nunca viu nada parecido nos últimos 50 anos. Deve estar muito esquecido. Vamos lá: em 1993, no espaço de apenas 36 dias, o Rio de Janeiro viveu duas chacinas de repercussão internacional. Em pleno centro do Rio, oito adolescentes foram assassinados por policiais, na chacina da Candelária. Um deles tinha apenas 11 anos. Apenas 36 dias depois, na favela de Vigário Geral, também no Rio, policiais arrancaram de suas casas e assassinaram 21 moradores inocentes, por vingança. Por essa mesma época, policiais do estado de São Paulo assassinaram 111 presos no Carandiru. Vale a pena lembrar, também, as inúmeras chacinas semanais na periferia de São Paulo, que até diminuíram ultimamente. Poderia citar muitos outros casos, mas fico por aqui. O problema da violência no Brasil vem de longe. Não é apenas dos últimos 50 anos, é de muito mais tempo.

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