Estados Unidos e Rússia sabem que não podem entrar em guerras

A Ucrânia saiu momentaneamente das manchetes não porque a paz com a Rússia foi selada, mas porque os diplomatas saíram de campo. Eles não têm mais o que fazer. Depois que a diplomacia fracassa, sabemos, há poucas opções além da guerra.

Aqui e ali despontam notícias de que russos estão cavando trincheiras… de que Obama está posicionando seus aviões na Polônia… etc, etc. Cheiro de pólvora no ar. São escaramuças de dois gigantes que não podem declarar guerra. Obama e Putin sabem disso.

Mas tanto um quanto outro fazem a sua encenação: olha que eu vou atacar…cuidado comigo… eles sabem que não podem chegar às últimas consequências (nem às penúltimas) porque são grandes demais e poderosos demais para isso. As grandes potências já entenderam que ao destruir o mundo elas também se destroem, por isso a guerra nuclear é estúpida. Obama jamais deveria ter entrado nessa bola dividida. O problema é dos russos e dos ucranianos. Limitado apenas a eles é um problema; Obama entrando na história vira um problemão.

E tem uma coisa: russos e ucranianos têm mais semelhanças que diferenças. Falam a mesma língua, têm os mesmos costumes, a mesma personalidade. Eu nasci e morei na Ucrânia até os oito anos. Sempre me considerei russo. O passado condena os russos porque por ordem de Moscou milhões de ucranianos morreram de fome durante a coletivização do campo. Mas Moscou era a capital da União Soviética, então. Com a Crimeia é a mesma coisa. Não faz sentido Obama dizer que é ilegal a Crimeia querer ser russa. Ele tem que honrar o Nobel da Paz que recebeu e desanuviar o ambiente pesado que paira sobre a Ucrânia – e o mundo.    


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