Quando eu soube que Dirceu queria trabalhar num hotel de Brasília achei a solução inteligente: nada melhor que um hotel para quem dorme na cadeia, pois lá ele teria um quarto à disposição com banho quente, telefone, internet, roupa lavada e passada, comida cinco estrelas e poderia receber amigos ou namoradas etc etc. Mas quando foi divulgado o nome do hotel e o salário que ele pediu e o hotel aceitou, fiquei com a pulga atrás da orelha: como é que um advogado do gabarito de José de Oliveira Lima e um político calejado como José Dirceu cometem a burrice de pedir autorização para ele trabalhar num hotel conhecido por ser ponto de encontro de lobistas e com salário estratosférico? Isso vai atrair atenção da imprensa (e do STF, é claro), o que só poderá complicar ainda mais a vida dele. Tudo ali cheira mal: o hotel, que pertenceu ao famigerado deputado Sergio Naya foi arrematado em leilão por Paulo Abreu e um fundo panamenho: Abreu entrou com apenas R$1,00 no capital social de R$500.000,00 e os outros R$499.999,00 vieram do Panamá. Mas quem manda oficialmente é Abreu, presidente do PTN, aliado do governo Dilma. Panamá, como se sabe, é uma terra de ninguém financeiramente falando. Só em dois casos um salário desses – 20 mil por mês – se justificaria: se Dirceu fosse dono ou sócio desse hotel.
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