A pergunta que está na boca de todos os brasileiros é se Lula vai ser preso e quando.
Os que o detestam têm certeza de que Moro tem alguma carta na manga e vai usá-la no momento mais propício.
Os que o amam – a imensa maioria – temem que algo aconteça, assustados pelas manchetes escandalosas de Veja, IstoÉ, Época, Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo e O Globo.
No entanto, manchete de jornal serve para vender jornal, mas não para levar alguém para atrás das grades.
O clima criado pelo Ministério Público Federal, graças e Rodrigo Janot e pela Lava Jato, graças às “forças tarefa” e a Moro, provoca esse tipo de preocupações, de um lado e de outro, mas quem ler de cabo a rabo os inquéritos que circulam na íntegra, e não apenas os trechos bombásticos que a imprensa de oposição ao PT seleciona, vai concluir que, por mais que se esforcem, nem Janot nem os procuradores vão prender Lula por absoluta falta de provas.
Até mesmo Moro, que patrocinou aquele espetáculo midiático do dia 4 de março passado, autorizando a condução de Lula “coercitivamente”, de São Bernardo até o aeroporto de Congonhas, a pedido de Janot, que fique bem claro, é categórico ao afirmar, num dos de seus despachos, que “é preciso investigar mais”.
Ou seja, nenhuma acusação tem consistência para justificar prisão preventiva ou temporária. Não há motivo para prisão alguma.
Embora tenha sido criada a lenda de que levar Lula até a sede da Polícia Federal em Congonhas dava a entender que ele seria embarcado para Curitiba, nada disso transparece na leitura do interrogatório havido na ocasião, no qual em nenhum momento Lula foi pressionado, foi ameaçado, tendo mesmo recebido tratamento vip, com direito a café e misto quente e a responder o que bem quisesse, até mesmo respostas malcriadas ele deu, bem ao seu estilo.
A verdade é que Janot, procuradores, Sergio Moro não acharam nada contra Lula, nem conta secreta, nem offshore, nem trust, nem sinais de enriquecimento ilícito, nenhum delator o acusou de pedir propina, seja para alguma campanha – como Sérgio Machado fez com Temer –, seja para o seu instituto, nenhum empresário disse que pagou por palestras para fechar algum contrato com a Petrobrás, não há escritura em nome de Lula em relação ao sítio de Atibaia ou ao tríplex do Guarujá, não há e-mail pedindo ao Léo Pinheiro para fazer as reformas, não há gravações de Delcídio sustentando a sua acusação de que Lula pediu para ele conseguir o silêncio de Cerveró e os grampos de Moro revelam o que Lula sempre foi, um cara que luta pelos seus direitos, não economiza palavrões, mas não há uma só frase em que ele peça ou receba alguma coisa ilegal.
A situação chegou ao ponto de Ricardo Lewandowski estar a um passo de pedir que Moro encerre o “caso Lula”, pois se até agora não se encontrou nada que o comprometa apesar de toda a infraestrutura de que a Lava Jato dispõe, inclusive, provavelmente, a ajuda desinteressada do FBI que deve ter feito um pente fino em todas as operações bancárias do mundo sem encontrar nada acerca de Lula.
Há quem suspeite que sua prisão será decretada assim que o impeachment for finalizado a favor de Temer, mas, se isso acontecer, será um sinal de que o Estado de Direito deixou de existir.
Enquanto as leis em vigor forem respeitadas não há motivo para prender Lula.
Deixe um comentário