Operação Custo Brasil? Não, Operação Impeachment

 

Gleisi Hoffmann é o alvo? - Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado
Gleisi Hoffmann é o alvo? – Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Eu já desconfiava que as ações espetaculosas de hoje dentro de uma operação chamada Custo Brasil tinham alguma coisa a ver com o processo de impeachment, mas, quando soube que na terça-feira o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, visitou o juiz Sergio Moro, em Curitiba a minha desconfiança se transformou em certeza.

A prisão de Paulo Bernardo foi decidida para atingir sua mulher, a senadora Gleisi Hoffmann, que tem se destacado na comissão do impeachment como a mais aguerrida defensora da presidente Dilma.

O fato de a operação ter sido deflagrada por São Paulo aumenta ainda mais a suspeição, pois Paulo Bernardo não tem nada a ver com São Paulo e sim com Curitiba, e Alexandre de Moraes tem tudo a ver com São Paulo.

Flagrado por jornalistas, Moraes explicou que foi visitar Moro para oferecer infraestrutura e apoio.

A explicação não passa num detector de mentiras. Se o motivo fosse esse ele não precisaria ir até lá, bastaria enviar um ofício de seu gabinete. Para que perder um dia de trabalho que ele parece prezar tanto para fazer uma coisa que podia fazer por internet?

O encontro pessoal só se justifica para tratar de um assunto à prova de telefone ou internet, ou seja, um assunto altamente sigiloso. E um assunto altamente sigiloso só poderia dizer respeito à Lava Jato que é o púnico de que Moro cuida há dois anos.

Ou Moraes foi sugerir a operação ou receber informações de que a operação seria feita. Qualquer que seja a hipótese foi uma interferência direta do ministro da Justiça na Operação Lava Jato.   

A conclusão possível é que Temer está preocupadíssimo com a votação do impeachment e resolveu lançar mão de meios mais truculentos do que o simples oferecimento de cargos em troca de votos, como foi feito na fase 1.

A operação, no entanto, foi desastrada porque foi flagrada e o juiz paulista autorizou busca e apreensão na residência oficial de uma senadora da República, o que só poderia ter feito com permissão do STF.

O fato de não ter solicitado a permissão, que sabia que deveria fazer, revela que ela foi organizada às pressas e precisava ser rápida.

É praticamente certo que as provas colhidas serão anuladas, mas o que importava era desestabilizar a senadora e dar um aviso aos demais opositores de Temer de que o jogo, de agora em diante, será bruto.

O verdadeiro nome da Operação Custo Brasil é Operação Impeachment.


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