Presos são submetidos a métodos incompatíveis com a democracia

São medievais e inaceitáveis os métodos que estão sendo empregados em relação aos presos da AP 470. Todos nós que fomos atingidos pela mão pesada da Ditadura e lutamos para que isso nunca mais acontecesse estamos estarrecidos com o espetáculo degradante e completamente incompatível com o regime democrático.

As penas impostas foram de privação de liberdade, não de privação de dignidade. Quem deveria zelar para que tudo corresse de forma digna seria o ministro da Justiça José Eduardo Cardozo, mas ele parece estar alheio ao caso, que se passa com pessoas, algumas com as quais conviveu no PT. Se presos têm direito ao regime semiaberto por que levá-los às celas da Polícia Federal? Por que levá-los à Papuda? Não seria mais humano primeiro o juiz determinar qual é o destino de cada um e o condenado ser então encaminhado ao local? Sem humilhações.

Os procedimentos policiais que assistimos estão muito distantes do que o prometido pelos doutos ministros do STF. Será que eles vão se indignar com tudo isso ou vão deixar passar batido? Os presos são enviados a Brasília como se fossem carga. Para que? Se todos sabem que eles têm direito a prisão na cidade onde moram. Por que esperar o pedido dos advogados? Para protelar ainda mais o processo? Esse julgamento da AP está sendo tratado mais ou menos como o Julgamento de Nuremberg. Mas, calma lá. Não houve campos de concentração, não houve câmaras de gás.

A meu ver, está na hora de dar um basta nesse carnaval de equívocos que mancham a Justiça brasileira. As injustiças não ficam apenas nas estrelas do PT. Não. Há outros. Marcos Valério ficou pior na foto que Al Capone! Como explicar pena de 40 anos de reclusão para Marcos Valério se a maior pena permitida pela Justiça brasileira é de 30 anos em casos de crime hediondo? Seu crime foi pior que o de um traficante de drogas? Ou de um assassino? Condenado a 30 anos foi Chico Picadinho!!! Como explicar que um subordinado (Jacinto Lamas) receba pena menor que seu chefe (Valdemar Costa Neto)? E as condições dos presídios. O ministro da Justiça pode não se comover com tudo isso. Eu, sim. Acho que está na hora de iniciar um movimento pela anistia desses presos, já que um novo julgamento é impossível na atual conjuntura.


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