O Brasil se absteve, ontem (27), na votação da ONU que não reconheceu o resultado do plebiscito de adesão da Crimeia à Rússia e não está nem aí para o chororô da dupla Obama-Merkel. Não só porque o presidente Putin poderia cancelar sua participação na cúpula do BRICS, em julho, em Fortaleza, como se ventilou por aí. Talvez haja um motivo secreto. E talvez o “talvez” seja pouco.
É que o Brasil já foi avisado que é um dos favoritos a substituir os atuais parceiros da Rússia que aderirem às sanções econômicas exigidas por Obama & Merkel. Putin quer aumentar o comércio com o Brasil, hoje entre US$6 e US$7 bilhões anuais para US$10 bi em dois anos, um crescimento inédito entre os dois países. O plano foi revelado pelo novo cônsul-geral da Rússia em São Paulo, Konstantin Kamenev.
Convenhamos: tendo em vista um projeto como esse, em que a Rússia pretende aportar não vodka e caviar, mas alta tecnologia ao Brasil, não há como ficar comovido com a volta da Crimeia a quem a conquistou na guerra da Turquia no século XVIII, ou seja, a Rússia e da qual a população até agora não deu sinais de não ter gostado.
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