Show pífio, desprezo por cientista brasileiro e grosseria com o hino: isso é o “padrão FIFA”?

A cada figurante que entrava no palco do show de abertura da Copa do mundo, ontem, eu me chocava mais com a precária qualidade dos tecidos das fantasias, provavelmente comprados em liquidação, dos adereços toscos  e ridículos, com a falta de criatividade, nenhuma coreografia, os vazios constrangedores, parecia show de fim de ano de escola primária. Qualquer carnavalesco de escola de samba do Rio faria muito melhor e preencheria aquele espaço com 4 mil figurantes. Por que a Fifa não fez isso?

Ela é que montou o show de abertura, os brasileiros só entraram como figurantes fazendo papel ridículo. Aliás, essa abertura serviu para derrubar de vez a lenda do “padrão Fifa” que até agora era considerado um sinal de excelência. O show foi um fiasco – e me expliquem, por favor, com que e com quem foram gastos os 16 milhões de reais – será que era o cachê do Pitbull, Claudia Leite e Jennifer Lopez?

Aliás, a única coisa que prestou foram eles. Mas a Fifa deu mais duas provas de que seu padrão é uma balela. Escondeu o momento mais esperado, o pontapé inicial executado por um paraplégico usando equipamento especial criado por um cientista brasileiro chamado Miguel Nicolelis. A cena deveria ter sido realizada no centro do campo, como são os pontapés iniciais, diante de todos, mas a Fifa designou a lateral do campo e determinou que ao todo não poderia durar mais de sete segundos, razão pela qual passou despercebida pela maioria dos telespectadores e do público presente ao estádio. A terceira prova de que o padrão Fifa é só pra inglês ver foi a grosseria de interromper a execução do hino nacional brasileiro que dura mais do que o tempo estipulado.

Mas, vem cá: que diferença faz se o hino dura um minuto a mais ou a menos? Será que alguma autoridade brasileira não poderia chamar a atenção da Fifa para que nos próximos jogos o hino nacional brasileiro seja executado na íntegra? Não é ela que defende o fair-play? Grosseria igual ou maior foram os coros de palavrões dirigidos à presidenta da República que tiveram o efeito oposto ao desejado: mostraram o nível de educação da elite brasileira que pode pagar 990 reais por um ingresso de futebol. Mino Carta tem razão.


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