Um lago chamado justa causa

Eu vi – assim como outros jornalistas – o material que o deputado Protógenes Queiróz (PC do B-SP) trouxe de sua diligência a São Félix do Xingu (Pará) na quarta-feira passada para averiguar denúncias de assassinatos na Agropecuária Santa Bárbara. Há fotos do corpo de um ex-empregado da propriedade encontrado na mata, dividido em vários pedaços e que desapareceu depois de avisar à mãe que ia ao escritório da fazenda receber os direitos de sua rescisão. Um vereador relata o clima de terror que se instaurou no município desde a chegada da Agropecuária Santa Bárbara, há sete anos. A expansão da propriedade é galopante. Mais de 700 famílias detentoras de títulos de exploração de castanha já foram desalojadas à força por um preposto da fazenda que os obrigou a vender os títulos. Suas terras são incorporadas à propriedade, cujo dono é o banqueiro Daniel Dantas. O trabalhador foi encontrado morto na mata depois de uma caravana organizada por sua mãe viajar a Belém, e ser recebida pelo secretário da Segurança Pública, que mandou investigar. Mas a tragédia pode ser muito maior, pois há relatos de muitos desaparecimentos em São Félix do Xingu. A população desconfia que os corpos estejam no fundo de um grande lago que há na fazenda, conhecido como Justa Causa.     


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