Senhores, trago notícias. Uma boa e outra má. Comecemos pelas primeiras: esta é a derradeira crônica que escrevo neste site. Amantes da língua pátria e meus detratores consideram esse anúncio um grande progresso. A ruim é que continuarei presente nas páginas impressas de Brasileiros.
O motivo da interrupção dessa coluna na Web é um contrato que assinei recentemente com outra empresa de comunicações. Deixa-se claro – para quem entende o parnasianismo do idioma cartorial – que meu jamegão eletrônico só poderá estar firmado no site do novo empregador. Em troca disso, receberei alguns modestos benefícios. A saber:
1) Crédito generoso no banco do cassino de Monte Carlo.
2) Uso, e abuso, de automóveis exóticos e velozes.
3) Contatos amistosos com mocinhas aspirantes ao estrelato e celebridades.
4) Feitios de seis ternos a serem amorosamente confeccionados pelos competentes alfaiates de Savile Row, em Londres.
5) Viagens aos Estados Unidos e pelo resto do mundo, a bordo de aeronaves luxuosas. O acúmulo de milhagens em meus cartões de companhias aéreas, no intervalo de um ano, será suficiente para transporte gratuito de ida e volta à plataforma espacial internacional, nos confins da estratosfera.
6) Fornecimento de grande seleção de vinhos pretensiosos.
De minha parte, espera-se a produção de noticiários televisivos e internéticos. Nada se fala sobre textos impressos na antiquada mídia do papel. Assim, continuarei na revista Brasileiros. Isto estabelecido, dei um talho no dedo indicador e assinei embaixo.
Fiquei triste em ter de largar este espaço digital, que ocupo desde o nascimento do site. Mas, ao frigir dos ovos, a retenção das milhagens aéreas pesará na decisão final. Deixo aqui um rastro – ou cache, como se diz no meio – de vários gigabits de besteirol. Trata-se de testemunho inequívoco da competência de Fernando Figueiredo Mello, o coordenador editorial da versão eletrônica da Brasileiros, e de Lilian Brazão, a revisora. Esta última, para seu tormento, continuará carregando fardo pesadíssimo com minha teimosa permanência na revista.
Existe uma lição nesta história toda. Mas não faço a menor ideia de qual seria. O diretor Hélio Campos Mello, porém, sabe que meu contrato com ele e com a Brasileiros, é mais forte que ligações do sangue.
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