Era só o que faltava! A empresa True Companion LLC, de Nova Jersey, lançou uma boneca sexual que fala. A linguaruda anatomicamente correta tem sensores em pontos estratégicos que permitem reconhecer manipulações em seu corpo e intenções do amante humano. Assim, esta “robô biscate”, além de acomodativa em tertúlias libidinosas, também proporciona um bom papo. A novidade está provocando levantar de sobrancelhas, entre outras sensações, no público que foi à Exposição de Entretenimento Adulto, um evento anual em Las Vegas.

A prostituta eletrônica chama-se “Roxxxy” (com os três “Xs” indicando intenções eróticas). O rosto parece o da veterana roqueira Chrissie Hynde, da banda Pretenders, só que sem as rugas atuais da guitarrista. Mas em termos de personalidade, a amante eletrônica pode vir em duas opções: “Wendy Selvagem” e “Farrah Frígida”. A primeira versão dá para a gente entender. Trata-se de gata safada que pede sacanagens de arrepiar os cabelos, e elogia a performance do parceiro, independentemente da qualidade do ato. Mas a tal de Farrah, a que propósitos servirá? Depois da farra, o sujeito pergunta se foi bom para ela, e a ingrata responde que “Não!”. O cara começa os pelúdios e a malvada reclama: “Para, estou com dor de cabeça”. Ou então: “Isso não! Só depois de casada”. Quem vai querer uma cricri como essa?

E que ninguém pense que estas máquinas do amor sejam apenas versões para adultos, daquelas bonequinas “Tagarela”, dos anos 1960. Não tem nada de puxar um fio nas costas e ouvir: “Penteia meu cabelo?” ou “Eu gosto do vestidinho cor de rosa”. Com a Roxxxy, o convite “Vamos brincar!”, ganhou novos significados. Mas há muito em comum entre a antiga companheira inocente e a concubina digital. Ambas são operadas via cabos na parte traseira. Só que a atual “quenga cibernética” tem um microcomputador interno, capaz de estabelecer conexão de internet, via UBS, e ampliar seu vocabulário e proficiência em vários assuntos.

O idealizador do produto, um certo Douglas Hines, é torcedor fanático de futebol (o soccer, entenda-se). Assim, achou maneiro prover seus androides libertinos, com insuspeitados conhecimentos sobre o esquadrão inglês Manchester United. À princípio, pode parecer surrealista, mas é melhor do que aquela conversa mole de “A gente precisa falar sobre nossa relação”, que algumas vezes sucede o coito. Imagine ser possível dar uma bimba e depois discutir possíveis contratações futuras do time de Fábio Silva. Melhor que isso, só se a companheira artificial virasse uma pizza e meia dúzia de cervejas.

Ao custo entre US$ 7 mil e US$ 9 mil (tenho impressão que a mais barata é a frígida), a meretriz infomática sai mais em conta do que um único mixê pago pelo ex-governador de Nova York, Eliot Spitzer. Se ele tivesse comprado a boneca, hoje continuaria no cargo. Afinal, a Roxxxy fala, mas não revela segredos para os tabloides. Eis, então, um objeto sexual elevado ao paroxismo. Mas tenho minhas dúvidas quanto ao sucesso da empreitada. Afinal, nas reclamações de muitas mulheres de carne e osso, depois do sexo os homens costumam virar para o lado e dormir. Não estão a fins de um papinho.


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