Já estão abertas as votações para o Prêmio Ciência Maluca 2008. A lista de concorrentes é reforçada e pode ser encontrada no site www.msnbc.msn.com/id/22301452. Vai-se da cueca anti-radioatividade, passando por pombos com implantes eletrônicos no cérebro e que voam por controle remoto. Vai-se até a um komodo – fêmea – que, apesar de virgem, engravidou. Imagine-se como será o exame de toque num lagartão para confirmar a presença do hímen. E quais serão as consequências de uma concepção imaculada num réptil? Surgirá daí um profeta escamoso? Vai saber…

O importante é que os experimentos demonstram empiricamente que a falta do que fazer em laboratórios do mundo é uma realidade. E não só neste planeta. Na semana passada, a destilaria japonesa Saporo – que sempre produziu bebida da melhor qualidade – anunciou que fez uma cerveja sideral. Um astronauta russo cultivou trigo na Plataforma Espacial Internacional. Enviou à Terra uma colheita de respeito, que foi imediatamente transformada em loira purinha e gelada. A companhia não venderá a beberagem: está dando doses gratuitas a convidados especiais em Tóquio.

Pense nisso: o mundo todo faz uma vaquinha, constrói uma estação a meio caminho da Lua, para que um russo plante trigo no cosmos. Como se o seu país de origem não tivesse tradição e sólo fértil para acomodar esse agronegócio. Uma nave faz a viagem para pegar a safra, volta, coloca tudo em caixas seladas a vácuo e manda para o Japão. Lá, imagina-se que também em laboratórios descontaminados, uns sujeitos fazem cerveja. Lembro que outro cientista nipônico resolveu cultivar rosas na estação espacial. Deu exemplares magníficos. Mas quando foram examinados na Terra, cheiravam a ovo podre. O experimento não se repetiu mais. Assim, é de se esperar rebordosa nessa cerva ET. O cara toma uma garrafa e vê estrelas, talvez. E para que isso? Não é como se as pessoas estivessem deixando de tomar cerveja, enjoadas com o gosto obtido há dez mil anos.

Mas os candidatos ao prêmio de experiências científicas mais esquisitas têm seu prato de resistência nos animais. Aposto que os vencedores deste ano serão os gatos florescentes. Todo mundo tem paixão por gatinhos, principalmente os híbridos de abajur. Eu, de minha parte, acho hediondo ter por perto um ectoplasma felino. Pense bem: o cara acorda à noite para ir ao banheiro. Está zureta de sono, trafegando no piloto automático. De repente vê no corredor um fantasma miando. É de fazer qualquer um aliviar-se ali mesmo, antes de chegar ao mictório.

Tem entre os concorrentes ao prêmio de ciência esdrúxula, uma pesquisa para descobrir qual o animal que mostra a língua mais depressa. Ganhou uma salamandra da América Central. Isso porque os gêmeos, meus vizinhos do quinto andar, não entraram na competição. Outra equipe queria saber o gosto de um T.Rex. Chegaram à conclusão que parece galinha. O que daria um gigantesco T.Rex au vin, não fosse o fato de o bicho ter sido extinto há milhões de anos. E quem precisa de um dino desses? Dizem que carne de gente também tem sabor de frango. É só substituir ingredientes na receita.

Alguém votará no sapo transparente criado em outubro por japoneses? O bicho já era feio envergando couraça opaca… E terá sido essa experiência algo de monta? Afinal, o batráquio foi gerado em Hiroshima. Aposto que o animal não estava usando uma cueca anti-radioatividade. Essa indumentária é exclusiva para homens que colocam telefones celulares no bolso ou na cintura. Gente que, por sinal, poderia manter baixa a contagem de espermas, que é para não reproduzir muito. Eles que vão aprender uma coisa ou outra com o komodo virgem.


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