Nürburgring, o autódromo alemão, está à venda. Para quem não está ligando o nome à coisa: trata-se de um dos circuitos mais legendários do mundo. Caso houvesse uma competição entre as pistas de corrida, o Nürburgring subiria no pódio dos primeiros colocados. Talvez só atrás do francês Le Mans. E, mesmo com todo esse prestígio, a placa de vende-se está sendo pendurada na porta.
Dizem que a organização que opera o circuito deve entre 300 milhões de Euros e meio bilhão da mesma moeda. Qualquer que seja essa quantia a dívida impões mais de um milhão de Euros para cada um dos 22,810 quilômetros de pista. Mesmo assim, há um movimento pela salvação – o “Save the Ring”- que arregimenta os CEOs da indústria automobilística, como o Dr. Ulrich Bez, presidente da Aston Martin e Akio Toyoda, da japonesa Toyota. Esse último, diga-se, é usuário habitual do circuito pilotando um Lexus LFA, nas 24 Horas de Nürburgring – também conhecido como VLN Endurance Racing Championship.
Ao que tudo indica, a salvação vislumbrada pode vir pelas mãos de um grupo de Bahrain, que tem se mostrado ativo nos eventos do autódromo. Mas essa possibilidade ainda é sonho.
A verdade é que a pista, que servia para testes de novos carros e motores de marcas famosas, deixou de receber a primazia. A Porsche, por exemplo, usa em seu programa de bólidos de corrida o asfalto de seu circuito particular, o Weissach, e de vez em quando o de Oschersleben, perto de Berlin. Para os automóveis de produção – aqueles que estão nas ruas do mundo – o autódromo utilizado pela fábrica é o de Nardo, no sul da Itália. Estas preferências foram impostas pela inflação de fotógrafos que vivem às margens do Nürburgring. Um exército de xeretas que tornou impossível testar qualquer novo modelo sem revelá-lo ao mundo antes do tempo.
Desse modo, pode ser que muito em breve seremos reduzidos às emoções do “Ring”- como é chamado pelos fãs – somente no PlayStation (Sony). E o famigerado Nordschleife – o Circuito do Norte, com seus 20.600m – não representará perigo para ninguém mais. O super piloto Jackie Stewart apelidou aquele trecho de “Inferno Verde”, devido a farta vegetação e torturante sequência de curvas. O Green Hell, de Stewart, periga virar campo de golfe onde apenas os carrinhos elétricos trafegam sem maiores emoções.
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