No começo, era só um microfone e um toca-discos, nos porões do Palácio Piratini, a sede do governo gaúcho. No dia seguinte, 28 de agosto de 1961, virou uma rede formada por 114 emissoras de rádio, que chegou a transmitir em alemão, espanhol e inglês.
João Goulart, então vice-presidente, dormia no Hotel Raffles, na distante Cingapura, quando Jânio Quadros renunciou à Presidência da República, em Brasília. Com o vice fora do País, voltando de uma viagem à China e à União Soviética, os ministros militares decidiram dar o golpe.
Não esperavam que um estúdio improvisado nos porões de um palácio aglutinasse a resistência, com locutores se revezando ao microfone 24 horas por dia. O governador Leonel Brizola liderou o movimento, mas os profissionais da comunicação também tiveram o seu papel.
“Não temos armas na cintura e muito menos nas nossas costas. Nossa arma é a pena e nossa tribuna a Rede da Legalidade. Somos 200, 300 ou 400. Todos voluntários”, divulgaram, referindo-se a si mesmo como “jornalistas livres” do Rio Grande do Sul. “Não somos trabalhistas, não somos pessedistas, não somos udenistas, nem comunistas. Somos brasileiros. Somos democratas. Somos legalistas.”
Confira vídeo produzido pelo governo gaúcho em 2011, quando a Rede da Legalidade fez 50 anos:
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