Trump, os cofres públicos e as esculturas art déco

Entrada da Trump Tower, na Quinta Avenida, em Nova York – Foto: Luiza Villaméa
Entrada da Trump Tower, na Quinta Avenida, em Nova York – Foto: Luiza Villaméa

Nunca um presidente americano custou tanto à própria cidade. Nascido e criado no Queens, em Nova York, Donald Trump custa US$ 500 mil por dia aos cofres municipais. Isso porque a polícia de Nova York divide com o Serviço Secreto a segurança do presidente e sua família na cidade.

Os agentes secretos circulam disfarçados, é óbvio. Em compensação, o policiamento é ostensivo na Trump Tower. No 58º andar do edifício marcado pelo mármore rosa e por muito dourado fica a penthouse onde a primeira-dama Melanie e o caçula Barron, 10 anos, continuam a morar.

Para que os estudos de Barron não sejam prejudicados, enquanto não terminar o ano letivo (em junho), a família seguirá dividida. Mesmo depois, o presidente pretende ficar com um pé na Casa Branca e outro na Trump Tower, que abriga lojas, escritórios e apartamentos. Tudo de alto luxo.

O mais famoso empreendimento do atual presidente envolve também um atentado ao patrimônio histórico de Nova York: a destruição de duas esculturas art déco da fachada do prédio de 1929 demolido para abrir espaço para a Trump Tower na glamourosa Quinta Avenida.   

Trump tinha prometido doar as esculturas para o Metropolitan Museum of Art, mas mandou derrubar ao descobrir que a retirada das peças atrasaria as obras em dez dias. Segundo a imprensa da época, a destruição ficou a cargo de um grupo de trabalhadores ilegais conhecido como Brigada Polonesa.

 Uma das esculturas art decó destruídas por Trump – Foto: Reprodução

Uma das esculturas art decó destruídas por Trump – Foto: Reprodução

Foi a mais gritante das muitas controvérsias da construção, cujo átrio tem altura equivalente a cinco andares e agora conta até com a presença de cães farejadores. Para sustentar o esquema de segurança, o prefeito Bill de Blasio não se fez de rogado: quer reembolso do governo federal.

Policiamento também é ostensivo no interior do prédio – Foto: Luiza Villaméa
Policiamento também é ostensivo no interior do prédio – Foto: Luiza Villaméa

Mesmo cercada por barricadas de cimento, grades de ferro e policiais, a torre não perdeu a disposição para ponto turístico, adquirida ainda nos tempos da inauguração, em fevereiro de 1983. Na realidade, a vocação para cenário de selfie aumentou depois da última eleição presidencial.

A maioria dos visitantes, no entanto, não faz ideia de que naquele lugar existiu um prédio de 12 andares cuja fachada contava com altos-relevos de traços geométricos do escultor Rene Paul Chambellon. Há 34 anos destruídos por Trump.

Vocação da torre como ponto turístico aumentou depois da eleição de Trump - Foto: Luiza Villaméa
Vocação da torre como ponto turístico aumentou depois da eleição de Trump – Foto: Luiza Villaméa

 


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