Com o fim do verão, Brigitte Bardot também encerra sua longa temporada na pequena vila de Búzios, no litoral fluminense. Lá, a atriz ouviu muita música brasileira, tocou violão e até ajudou pescadores a empurrar barcos. Adorou. Não foi por acaso que ela gravou Maria Ninguém, de Carlos Lyra. Em dois meses, posou para fotos uma única vez, para a revista Paris Match. Nesse sábado, está no Rio de Janeiro, prestes a deixar o Brasil.
Outro que reapareceu na cena do Rio de Janeiro foi o marechal Eurico Gaspar Dutra. Presidente eleito do Brasil entre 1947 e 1951, Dutra não era homem de falar muito. Entre outros motivos, trocava o “c” pelo “x”. Nos tempos de presidente, era conhecido entre os jornalistas como Catedrático do Silêncio. Não se pronunciava havia 13 anos, mas uma entrevista sua ao Jornal do Brasil reforçava os ânimos de conspiradores civis e militares.
“Nada de bom se resolve no clima de desentendimento, e é impossível sobreviver democraticamente na subversão”, dissera Dutra ao Jornal do Brasil. Seu apelo era “no sentido de que se unam os democratas, enquanto é tempo, com o pensamento só voltado para o bem do país, a fim de evitar o advento das condições que lancem o Brasil no desastre da irremediável secessão interna”.
Na sequência, o governador Magalhães Pinto, de Minas Gerais, também veio a público, pedindo “a manutenção da ordem”. Pelo menos entre um grupo de mulheres do Rio de Janeiro, o pronunciamento de Dutra fez mais sucesso. Organizadoras de uma marcha contra o governo João Goulart, similar à promovida em São Paulo, elas convidaram Dutra para ocupar a primeira fila da manifestação, marcada para o dia 2 de abril.
Confira Maria Ninguém, de Carlos Lyra, por Brigitte Bardot:
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