No futuro não muito distante, mais especificamente em 2017, há uma probabilidade (ou um certo exagero?) de termos uma pessoa a andar por aí sem a própria cabeça ou, bem, sem o próprio corpo. Pelo menos é o que defende o cirurgião italiano Sergio Canavero, do Grupo de Neuromodulação Avançada de Turim.
No caso, se isso de fato vir acontecer, seria o primeiro transplante de cabeça da história. A previsão, segundo Canavero, é que isso possa se concretizar em apenas dois anos. Ou seja, antes da Copa do Mundo a ser realizada na Rússia em 2018, poderemos ler manchetes sobre o assunto. As informações são da revista NewScientist.
De acordo com a reportagem, a proposta deve ser apresentada durante conferência médica nos Estados Unidos neste ano.
Mas por que alguém se sujeitaria a fazer um transplante de cabeça ou de corpo? Para salvar ou prolongar vidas, defende o médico.
A técnica consistira em implantar a cabeça de um paciente (vítima de alguma doença grave) no corpo de um doador que tenha tido morte cerebral.
A expectativa é que tal procedimento possa prolongar a vida de pessoas que sofrem de degeneração dos músculos e nervos ou ainda pacientes que tenham câncer, explicou Canavero em entrevista à New Scientist.
É claro que a cirurgia passa por questionamentos simples, do tipo: “como isso seria possível?” e questões que tangem preocupações éticas.
Segundo a reportagem, o cirurgião publicou em fevereiro deste ano uma lista de técnicas que tornariam o transplante possível, como o resfriamento da cabeça do receptor e do corpo do doador, cortar os tecidos do pescoço e conectar veias e artérias a tubos finos e, por fim, seccionar os nervos da espinha.
E se a primeira etapa for concluída, o que viria depois? O paciente ficaria em coma durante semanas para depois passar por intensas sessões de fisioterapia. Superada essa fase, o paciente conseguiria mover músculos do rosto e manter, inclusive, a própria voz.
Cientistas tentaram fazer algo semelhante em 1970. Na ocasião, os testes foram aplicados em um macaco. A NewScientist lembra que o animal conseguiu respirar com ajuda de aparelhos, porém não podia se mover uma vez que sua cabeça não havia sido conectada aos nervos da espinha. A tentativa fracassou, o animal veio à óbito alguns dias depois.
Canavero disse estar ciente que o procedimento geraria muita polêmica. Mas garante que diversas pessoas já teriam se candidatado ao procedimento.
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