Eu não tomo remédio para dormir. Meu sono é pesado e durmo muitas horas. Sonhar faz parte de mim desde que me lembro que em alguma hora no dia vou apagar. Muitos vão pensar que me enganei quando digitei esse título, que o correto seria “Durante pesadelo, casei-me com o fofo do Eduardo Cunha”. Mas vocês se enganam.
Não, eu não sou reaça, pró-militares na rua, Forças Armadas no poder, não tiro foto com a polícia em manifestação, não acho que a Ditadura não foi tão má assim, não como mais foie gras. Mas eu sonho com o deputado Eduardo Cunha. E daí?
No meu sonho, pra começar, Cunha tem franja e usa lentes de contato. Tem um sotaque nordestino gostoso de se ouvir, toca violão, canta Lígia para mim, sabe aquela, do Tom e do Chico? Usa havaianas em casa e faz comida vegetariana.. Ele também faz peixe assado na folha de bananeira, lá na praia em frente à casinha que alugamos em Morro de São Paulo [mas sempre nas férias]. Não, ele não pega onda, acha isso coisa de jovem, mas pratica SUP, tá indo superbem. No sonho ele também é político, mas um pouco diferente da vida que leva hoje, menos estressado, acredito.
Cun, como o chamo quando estou nos braços de Morfeu, vai para a Câmara de bike, tem uma incrível, causa inveja nos colegas da Casa. Comprei um capacete vermelho brilhante pra ele. Fico preocupada que algo aconteça, sempre tem um motorista descuidado por aí. No início, confesso, ele ficou com vergonha de usar, mas um telefonema resolveu tudo. Um querido, esse Haddad.
Meu tchutchuco (Cunha) luta pelo direitos das pessoas sem distinção de raça e de cor, despreza a homofobia, acredita que todos somos iguais, que a união faz a força e sempre pensa na Dilma como um ser humano, que erra, como qualquer um de nós, mas que luta pelo Brasil. Vou contar, viu, ele promove feiras de adoção de pets na Esplanada, aos domingos.
Talvez gere curiosidade a nossa vida noturna. Restaurantes caros? De vez em quando, por que não? A gente faz umas economias e usa como quiser, assim como todo mundo. Mas olha, todos os sábados, TODOS, vamos de Kombi para as cidades-satélites distribuir sopa aos pobres. Ele entrega pessoalmente todas as bandejinhas com duas fatias de pão a cada um dos que esperam na fila. Por que de Kombi? Simples, Cun não quer ser reconhecido, ele acha que o bem, quando feito, não precisa de propaganda. Que homem!
Eu preciso acordar, mas tenho medo que o tchutchuco não volte. Quaquer coisa, acho que um Dormonid resolve. Será?
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