O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, disse nesta sexta-feira (6) que o governo não cogita medidas adicionais – como aumento de impostos -, visando ao ajuste fiscal, além das que foram anunciadas. Em evento na Câmara de Comércio Brasil-França, ele afirmou que acredita que a meta de superávit primário (receitas, menos despesas, antes do pagamento dos juros) de 1,2% do PIB neste ano será alcançada.
Instado a comentar as dificuldades políticas que as medidas têm enfrentado no Congresso, Barbosa disse que confia na capacidade de a classe política de administrar conflitos. “Não é a primeira vez. E nossa democracia foi capaz de superar” as adversidades. Segundo o ministro, “temos instituições e lideranças políticas fortes”.
E se o Congresso, no limite, não aprovar as medidas? Segundo Barbosa, não há um Plano B. Haverá sim “reavaliações periódicas das medidas já anunciadas. O Congresso é soberano.” No entanto, ele admitiu que, mais do que econômico, o desafio no momento é político.
Os empresários representantes de grupos franceses se mostraram preocupados com a desaceleração econômica neste ano e com o custo do financiamento para a expansão dos seus negócios, uma vez que tanto os bancos públicos como o BNDES destinarão menos recursos à iniciativa privada em 2015.
“O BNDES vai continuar a financiar obras do PAC”, disse. Mas o setor privado terá papel maior neste processo. Segundo ele, o custo vai aumentar em um primeiro momento, mas o crescimento será retomado no segundo semestre deste ano, e a demanda vai assegurar a recuperação dos investimentos do empresariado. “A alta dos juros [para o crédito] será pontual, e não afetará projetos de longo prazo.”
Sobre novas privatizações que estariam no prelo, Barbosa afirmou que não há nada definido hoje. “Podem ocorrer desestatizações, em termos conceituais, mas não agora”, afirmou.
Barbosa acredita que o governo contará com o apoio da sociedade em seus intentos. “A sociedade tem tradição de se unir ao governo, desde os esforços estejam bem distribuídos.” Na sua avaliação, o governo está protagonizando a maior parte das iniciativas para alcançar o superávit primário prometido.
Para o ministro, não haverá um descontentamento generalizado da população nestes tempos mais difíceis. “Avançamos muito na rede de proteção social para podemos suportar este momento”, disse. E reforçou que a economia deve se recuperar no segundo semestre.
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