Hoje, 25 de novembro, é o Dia Internacional pela Não Violência contra a Mulher. Ao mesmo tempo em que é preciso marcar a data, é um absurdo ter um dia especial no ano para lembrar que as mulheres ainda continuam sendo vítimas de maus-tratos em todo o mundo. Nunca é demais repetir os números: no Brasil, a cada 15 segundos uma mulher sofre algum tipo de agressão. Muitas de nós que vivem essa situação levam de 10 a 15 anos para fazer qualquer denúncia. Os motivos: medo, vergonha em nome de costumes milenares.
Mas as mulheres também têm se mobilizado bem nessa luta. E têm usado as redes sociais para falar sobre o assunto. Depois da #primeiroassedio invadir a internet, convidando mulheres a denunciarem casos de violência sexual, surgiu uma nova hastag: #meuamigosecreto. A campanha começou ontem, um dia antes da data do combate à violência feminina. No Facebook e no Twitter. Faz referência àquela brincadeira de final de ano, tentando mostrar características que identifiquem o amigo oculto.
Muita gente já aderiu, contando frases, “piadas” de amigos, colegas e/ou familiares que não se reconhecem como machistas. Sabe como? No trânsito, alguém grita para você: “Vai pro tanque, dona Maria”. Ou: “Lugar de mulher é na cozinha”. Ou ainda: “Nossa, é mal-amada, só pode ser”. Comentários que só reforçam a suposta superioridade masculina.
Não participei de nenhuma campanha por um único motivo. Sou a única mulher de uma família italiana de seis homens. E a mais nova. Não foi fácil. Mas superei. O que me entristece, no entanto, é que não são apenas os homens que têm pensamentos machistas. Conheço muita mulher que pensa como eles.
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