Alguém acompanhou a confusão em torno do tabloide inglês The Sun? Vou ser breve. Primeiro, o jornal parou de publicar fotos de mulheres de topless na página 3, rompendo uma tradição de 44 anos. Depois, voltou atrás e publicou a imagem de uma mulher com os seios à mostra, com o texto:
Esclarecimentos e correções.
Devido a recentes notícias em outros veículos, gostaríamos de esclarecer que esta é a página 3 e essa é a foto de Nicole, de 22 anos, de Bournemouth. Nós gostaríamos de nos desculpar em nome dos jornalistas de veículos impressos e de transmissão de massa que passaram os últimos dois dias falando e escrevendo sobre nós.
Tudo isso causou revolta em outras mulheres, muitas delas de movimentos feministas, que afirmam que o jornal é sexista e antiquado. Teve até petição online a favor da proibição das fotos, que atingiu mais de 200 mil assinaturas. Foi um bafafá. Mas o tabloide foi em frente. Avisou pelo Twitter que as mulheres de topless voltariam à pagina 3. E elas voltaram. Parece que a decisão foi de Dylan Sharpe, chefe de relações públicas, contrariando Rupert Murdoch, presidente executivo do conglomerado de jornais (The Times é dele também), que queria tirar as fotos de maneira discreta, o que não aconteceu.
O movimento No More Page 3 (não mais página 3) luta pelo fim da prática com o lema boobs aren’t news (mamas não são notícia). Está certo, mamas não são notícias. Mas também concordo com Jodie Marsah, que já posou para o tabloide e defendeu, no Twitter, a volta da seção: “Dizer às mulheres que elas não deveriam posar para a página 3 não é ser feminista; mulheres deveriam ter a liberdade para fazerem QUALQUER COISA que quiserem”. Eu estou com ela.
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