Ninguém em sã consciência imagina que as denúncias de corrupção na Petrobras não estejam afetando as cotações da companhia. Estão. É um escândalo de tamanha dimensão, que não se sabe em quanto tempo a imagem da estatal vai se recuperar. Nem seu balanço foi divulgado até agora, porque pode estar inflado por negociatas. Sem balanço, a companhia não pode contratar empréstimos, ou alongar a sua dívida existente.
Não bastasse isso, a maré não está para peixe. Com o objetivo de estragar a alegria do shale gas (popularmente conhecido como gás de xisto) nos Estados Unidos e do pré-sal no Brasil, a OPEP não reduziu sua produção, em um mercado já superofertado de petróleo. Barril perto de US$ 60 já prejudicaria o suficiente a vida da Petrobras.
O fato é que o mundo não cresce. De acordo com a agência Reuters, todas as matérias-primas estão com cotações similares às de 2008, início da crise internacional.
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Nesta segunda-feira (15), as ações da Petrobras desabaram 9,20%, cotadas a R$ 9,18. Boa hora para comprar? Nada indica que seja. Ao menos antes de conhecermos todos os desdobramentos das denúncias sobre a estatal e tivermos uma melhor avaliação de a quanto anda a economia global.
Portanto, nem tanto ao mar, nem tanto à terra. Olhar só um lado do problema – como andam fazendo governistas e oposicionistas, em campos opostos – é de nenhuma valia.
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