O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, assumiu a pasta neste segundo mandato de Dilma Rousseff aplaudido por todos os segmentos do mercado. A palavra de ordem, quase um mantra, é ajuste fiscal.
Nesta terça, jornais trazem a notícia de que o governo vai reduzir os subsídios à energia elétrica. Isso, naturalmente, resultará em elevação das tarifas para os consumidores. O Tesouro não vai bancar mais esta conta, exceção ao Luz para Todos e aos produtores de carvão mineral – uma forma de não retroagir nas conquistas das classes de baixa renda.
Consequência natural, os reajustes na conta de luz vão reduzir a renda disponível para consumo. Também podem impactar negativamente os índices de inflação. E os juros, a depender do cenário futuro, podem subir por um tempo além do previsto.
O circo está sendo desarmado, para o bem ou para o mal. Uma das críticas que se faz é que a lona protetora demorou muito a descer. E pode descer depressa demais.
Vai ser difícil o ministro enfrentar críticas. E elas já começam a surgir. Em artigo na Folha de S.Paulo desta terça (13), o diretor-presidente da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), alertou que é necessário o governo “ir um pouco mais devagar com o andor da ortodoxia, quando se trata da promoção do crescimento”. Que é preciso resguardar seu papel de indutor de crescimento. E reclama pela adoção de uma política industrial, que de resto não existe no País.
Levy é conhecido como o mãos de tesoura. Por onde passa, costuma cortar despesas na carne. Esta será sua função no governo. O que o mercado pede é um pouco mais de vagar nas discussões, pelo menos a sofrida indústria brasileira.
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