Ainda não assisti a um capítulo de Babilônia, a nova novela da Globo. Talvez, eu nem venha a
acompanhar essa história, por mais noveleira que eu seja. O motivo é simples. Essa
propaganda em torno do beijo gay entre as personagens de Fernanda Montenegro e Nathália
Timberg me deixa consternada, um pouco triste. Não é moralismo, não. Ao contrário. Explico:
esse alvoroço todo não deveria ser tratado como beijo gay.
Um amigo, homossexual assumido, diz que falo besteira. Para ele, é importante uma novela da
dimensão de Babilônia evidenciar a questão para a sociedade. Além disso, segundo ele, trata-se de uma relação homoafetiva entre duas senhoras – aliás, duas grandes senhoras da dramaturgia brasileira. Ele afirma ainda que, por causa do tal beijo, quatro mulheres, entre 50 e 70 anos, estiveram em cartórios do Rio de Janeiro com pedidos de formalização de suas uniões. “Deu no O Globo”, me avisa. Fico feliz com a notícia e sinceramente torço para que relações amorosas sejam abertas, sem dramas, sem rótulos.
Em tempos de trevas comportamentais, em que ainda se discute o conceito de família, desejo a prática sexual e afetiva entre os seres seja livre. Por isso, para mim, não existe esse negócio de beijo gay.
Beijo é beijo e pronto.
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