Um inglês apaixonado por cinema

Foto: Mariana Guerra/divulgação
Foto: Mariana Guerra/divulgação

Para iniciar a 19a edição do Cine PE Festival de Audiovisual, aconteceu neste sábado (2),  a estréia nacional do longa O Exótico Hotel Marigold 2, com direção do inglês John Madden, o premiado diretor de Shakespeare Apaixonado.

No lançamento do filme, o diretor inglês falou da importância do cinema como fenômeno mundial e fez todos os elogios ao cinema São Luiz, prédio histórico localizado no Recife Antigo.

Como é levantar uma produção, em um pais de cultura própria como a Índia, com um elenco estelar?

Pensamos como em um filme menor, mas com o elenco de peso (Judi Dench, Maggie Smith, Richard Gere, Tom Wilkison, entre outros), a produção se tornou mais complexa e pelo ambiente da Índia – suas tradições culturais, o colorido, levou o trabalho a ser tão sofisticado. Além disso, a experiência do primeiro filme , o entrosamento do elenco, o forte  resultado do primeiro Hotel Marigold, levou a que todos ficassem entusiasmados em fazer a sequência.

A presença do Richard Gere funcionou de que forma?

Geralmente, é aparentemente importante ter um astro de Hollywood para levantar a bilheteria. Mas nesse caso, a escolha não se baseou nisso. Venho tentando trabalhar com Richard Gere há algum tempo, mas nossas agendas não combinavam. O sucesso do primeiro filme, o personagem que não se define com um desenho de galã, é o que levou Richard Gere a querer trabalhar na continuação.

Como o senhor viu a transposição para o palco do seu filme Shakespeare in Love, que se tornou o maior sucesso do teatro londrino em 2014?

 Tornou-se uma prática comercial comum aproveitar um sucesso e levar para outra mídia. Há 10 anos, Tom Stoppard (considerado um dos melhores dramaturgos da atualidade), me procurou para fazer uma musical. Ponderei que achava que não iria funcionar como musical, mas a música do texto de Shakespeare já é tão forte, que não é preciso de trilha. Tom Stoppard optou pela peça, com uma grande produção,  cujo texto é muito próximo do filme. Como sei o texto de cor, isso foi o que mais me tocou: ouvir por outras pessoas, em outro ambiente, as palavras que conheço tanto.

Claudia Chaves é jurada do Cine PE Festival de Audiovisual


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