O jornalista Luiz Felipe Carneiro é daqueles fãs de música que sabem até o dia em que compraram determinados discos. Deu para entender? Ele já teve blog sobre música e já colaborou escrevendo sobre o assunto para publicações como a Folha de S.Paulo e Carta Capital. Para completar, é autor do livro Rock in Rio – A história do maior festival de música do mundo, fruto de uma longa pesquisa atrás de histórias dos bastidores do festival brasileiro (inclusive, um trecho pirateado de sua entrevista para o Jô Soares rendeu bem no YouTube).
Com saudades de falar sobre o assunto, Luiz criou o canal Alta Fidelidade no YouTube em abril deste ano, onde posta novidades diariamente abordando notícias quentes da semana, recomendando livros, fazendo entrevistas e criando várias e várias listas, obviamente, afinal basta lembrar da mania dos personagens do livro de Nick Hornby que dá nome ao canal.
Brasileiros – Por que fazer um canal no YouTube?
Luiz Felipe Carneiro – A ideia surgiu através do canal do meu amigo Chico Rezende. Ele já faz um trabalho há alguns anos de humor na internet e, mais recentemente, criou o canal “Chico Recomenda”, no qual ele fala, basicamente, sobre filmes. Eu já tive blog de música, escrevi para a Folha de S.Paulo e International Magazine, e estava com saudades de falar sobre música. Sei que hoje, poucas pessoas têm paciência para ler blogs ou coisas afins, então pensei que o vídeo seria um bom canal, o contato com o público é mais íntimo, você mostra a sua cara mesmo… E com a ajuda do Chico Rezende, ficou mais fácil, porque ele tem muita facilidade em editar, produzir e tal.
Qual é a rotina de gravações e o processo de criação?
Gravo em média uns dez vídeos a cada sexta-feira. Os roteiros eu vou fazendo quando tenho algum tempo durante a semana, especialmente de madrugada. Sempre tento trabalhar com algum oxigênio, por exemplo, adiantar um mês inteiro, caso haja alguma eventualidade que me impeça de gravar.
Qual seu vídeo favorito, que te dá orgulho? Ele bombou ou fui um fracasso?
Na verdade, gosto de todos, mas gostei muito de um Top 5 que fiz sobre os grandes shows no Canecão. Essa casa de shows, durante anos, foi a minha segunda casa. Vi momentos históricos da MPB por lá. Fiz um roteiro de shows históricos (na grande maioria, eu não era nem nascido) e, depois que gravei, me empolguei tanto que, fiz um Top 5 pessoal, com os grandes shows que tive a chance de ver lá. Enfim, gosto de todos os vídeos, mas esse me marcou um pouco mais.
E dá dinheiro?
Por enquanto, só prejuízo, mas acho que é um bom canal de exposição, para, quem sabe, no futuro, ganhar dinheiro, se não diretamente com o canal, através de outros trabalhos que essa exposição na internet pode gerar.
Você tem alguma dica para alguém que queria abrir o próprio canal no YouTube?
Paciência. Mesmo os grandes youtubers hoje, como os humoristas, não ficaram famosos da noite para o dia. E força de vontade também. Quando você tem o seu próprio canal, você é o seu prório “chefe”, então, tem que sentar a bunda mesmo e trabalhar. Porque se você não fizer isso, ninguém vai falar para você fazer, e o seu canal vai acabar morrendo.
Você produz conteúdo, ok. Mas você também gosta de assistir outros conteúdos do YT? Quais seus canais favoritos?
Não vejo muito. Sou fã do canal do Chico Rezende, que não é sobre música. E, às vezes, também vejo o canal do Gastão, ex-VJ da MTV, esse sim sobre música, e com coisas bem bacanas.
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*Luiz Felipe Carneiro é o quarto entrevistado da série YouTube é a nova TV. Leia mais entrevistas desta série:
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